Alessandro Dantas

No artigo, Beto Faro destaca as boas notícias para o país
Na semana que passou tivemos eventos marcantes para o país. De plano, o destaque decepcionante do golpe na autoestima dos brasileiros com o vexame dado pela nossa seleção de futebol diante da Argentina. E Messi nem esteve em campo. Parece que nossos melhores talentos de hoje, não se equiparam aos talentos medianos, mesmo de um passado bem recente. Temos jogadores “estrangeiros” com muito dinheiro e pouco engajamento; um técnico perdido; e um presidente da CBF recém reeleito por aclamação em que pese o seu histórico de fiascos. Vamos estar na Copa do mundo graças às novas regras expansivas das eliminatórias. Apesar de tudo, nossa supremacia histórica no futebol, esporte introjetado na cultura do povo brasileiro, não recomenda que menosprezem nossa capacidade de superação e as chances do Brasil na Copa.
Excluindo o futebol, tivemos uma semana de boas notícias para o Brasil. A viagem do presidente Lula ao Japão e Vietnã inauguraram estratégia tempestiva de maior intensificação e diversificação das parcerias comerciais brasileiras para enfrentar os danos econômicos associados ao pesadelo Trump.
A visita ao Japão reuniu simbolismos históricos, políticos e diplomáticos da relação dos países, permeados por uma robusta agenda objetiva de comércio.
Ao tempo em que Brasil e Japão celebraram 130 anos de relação diplomática houve o compromisso pela superação do pico da corrente de comércio entre os países, de 17 bilhões de dólares, alcançados em 2011. Foi fechado Acordo para a venda de 20 jatos da Embraer, e estabelecidas condições para o incremento das vendas do agronegócio brasileiro. Fruto das articulações de Lula, terão início as negociações por um Acordo de livre comércio Mercosul/Japão.
A segunda etapa da viagem foi o Vietnã, país que experimentou salto econômico excepcional nos últimos trinta anos com a redução da pobreza de 60% para 4% da população, e que historicamente cresce à taxa média próxima a 7% ao ano. Na visita àquele país, entre outros acertos, Lula fechou acordo para a venda de aviões civis e militares da Embraer. No geral, foram celebrados compromissos pelo reforço da cooperação econômica, intensificação do fluxo de comércio e investimentos, além do alinhamento em temas de inteligência e da agenda multilateral.
Comentaria outras conquistas como o novo empréstimo consignado do setor privado, e a tramitação no Congresso do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Mas reservo o espaço restante para celebrar a vitória da democracia simbolizada pela aceitação, pela a 1ª Turma do STF, da denúncia formulada pela PGR, dos membros do núcleo que protagonizou a tentativa de golpe político no Brasil. Agora, Bolsonaro e seus sete principais aliados na conspirata golpista que tentou impedir a eleição de Lula, e depois, apeá-lo do poder e até de assassiná-lo juntamente com outros agendes públicos, passaram a ser réus e serão julgados para a vitória da democracia e a pacificação do Brasil.
A covardia e desespero de Bolsonaro orientam-lhe para uma conduta de suposta vítima de um processo kafkiano. A postura é compatível para quem sobrevive da mentira. O importante é que a justiça prevaleça para punir ou inocentar. Seria recomendável a Bolsonaro que ao invés de produzir lives fakes, ou comícios para atacar o STF e se vitimizar perante a opinião pública, que usasse esse seu talento para tentar contestar as robustas provas dos seus crimes, colhidas de forma autônoma e independente pela PF, e chanceladas pela PGR. Golpe e ditadura nunca mais!