Alessandro Dantas
Senador Rogério Carvalho criticou postura dos colegas durante audiência pública com a ministra Marina Silva
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), defendeu a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), Marina Silva, de uma série de ataques misóginos durante audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado nesta terça-feira (27/5).
Após intensas discussões sobre as ações do ministério, Marina Silva se indignou com a postura do presidente do colegiado, o senador Marcos Rogério (PL-RO), que chegou a dizer à ministra para se “pôr no seu lugar”.
Logo após a provocação do bolsonarista, Marina Silva pediu respeito por parte dos parlamentares.
Outro bolsonarista, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), também promoveu ataques contra a ministra ao dizer que respeitava “a mulher, mas não respeitava a ministra”.
Nesse momento, o senador Rogério Carvalho criticou as manifestações de desrespeito e afirmou que no debate político elas são “inaceitáveis”.
“O debate político pode ser caloroso, podem se expressar as divergências, pontos de vista. Agora, manifestação de desrespeito é inaceitável. Quando alguém começa o debate dizendo que respeita a mulher, mas não respeita a ministra, isso não cabe no debate institucional”, repreendeu o líder.
Além disso, o líder do PT também orientou a ministra Marina Silva a se retirar do colegiado em caso de desrespeito por parte dos colegas.
“Se não houver respeito do senador, vou pedir que a ministra se retire por falta de respeito”, recomendou.
Em março deste ano, Plínio Valério, em evento no Amazonas, disse para o público imaginar o que era ficar seis horas ouvindo a ministra sem ter vontade de enforcá-la.
“O senhor que disse que queria me enforcar. Como estou convidada como ministra, ou me pede desculpas, ou eu vou me retirar. Se como ministra ele não me respeita, eu vou me retirar”, alertou a ministra em direção ao senador Plínio Valério.
De imediato, Marina Silva cobrou um pedido de desculpas de Plínio Valério pela manifestação pública sobre enforcá-la. Ao ouvir um “não me provoque” por parte do senador, a ministra decidiu se retirar da audiência pública.
