“É um dia triste para o Brasil. O Senado preferiu aceitar essa proposta indigesta que irá aumentar a conta de luz e trazer prejuízos ao meio ambiente”. Assim reagiu o senador Jean Paul Prates (PT-RN) à aprovação pelo Plenário do Senado da MP que privatiza a Eletrobras, nesta quinta (17). Líder da Minoria, Jean Paul esteve à frente da bancada na resistência à proposta.
Segundo ele, no entanto, a luta em defesa da estatal não se encerrou. “A decisão ainda é reversível, seja na Justiça, seja na implementação das medidas ou mesmo nas urnas”, afirmou o senador. “Junto com outras lideranças, iremos entrar com um processo de judicialização para barrar mais esse crime de Bolsonaro à soberania nacional”, anunciou.
“É atentatório perder o controle da Eletrobras, e para conseguir isso o governo criou cartórios, subsídios e artificialismos a um preço caríssimo, que será pago na conta de luz de todos nós”, afirmou Jean Paul.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), quem vai pagar a conta será o povo brasileiro, num momento em que o país deveria estar concentrado em vencer a pandemia. “A sociedade e o setor produtivo vão pagar a conta. Um assunto de extrema importância sendo encaminhado a toque de caixa. Lamentável. Perdemos o rumo. O foco deveria ser outro: o combate à covid-19. Estamos perto dos 500 mil óbitos”, afirmou.
Já o senador Rogério Carvalho (PT-SE) classificou a decisão do Senado de revoltante. “A bancada do PT no Senado votou contra por entender que a privatização vai aumentar a conta de luz, precarizar o serviço, trazer danos ambientais, além de atentar contra a nossa soberania nacional”, disse.
O senador Jaques Wagner (PT-BA) também lamentou a decisão do Plenário e criticou a pressa do governo na votação. “A privatização da Eletrobras é uma afronta à Nação. Qual a pressa para aprovar matéria dessa magnitude? Amanhã já veremos mudança na realidade do país? Já veremos investimentos?”, indagou. Para ele, a forma como o texto foi negociado “reforça o significado da frase do Duque de Lauenburg: ‘O povo não dormirá tranquilo se souber como são feitas as leis e as salsichas’. A produção das salsichas melhorou. Infelizmente, as leis brasileiras estão piorando a cada dia”, afirmou.