Os senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), Humberto Costa (PT-PE, Wellington Dias (PT-PI) e Vital do Rego (PMDB-PB) estiveram reunidos, na noite desta terça-feira, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para tentar a liberação dos documentos das operações Monte Carlo e Las Vegas, ambas da Polícia Federal, que se encontram sob segredo de justiça.
Valadares foi ao encontro como presidente do Conselho de Ética que vai julgar o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), por quebra de decoro parlamentar. Demóstenes é acusado de associação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, vulgo Carlos Cachoeira, conforme revelou a investigação policial, e de ter mentido aos senadores em pronunciamento no plenário, dia 6 de março passado. Humberto Costa participou da reunião como relator do processo do Conselho de Ética, e os senadores Wellington Dias (PT-PI) e Vital do Rego (PMDB-PB), que também é o corregedor do Senado, como membros do Conselho que irá decidir o futuro de Demóstenes Torres como parlamentar.
A liberação desses documentos depende da aprovação do ministro Lewandowski, porque ele é o relator do processo que incrimina o senador Demóstenes Torres. Há cerca de três semanas, ele rejeitou pedido feito pelos senadores Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSol-AP) que foi encaminhado pela Mesa do Senado. Na recusa, Lewandowski escreveu que não poderia atender a pedidos de parlamentares ou partidos. Agora, por se tratar do pedido do Conselho de Ética, uma instituição do Senado, os senadores acreditam que os documentos possam ser liberados.
“Argumentamos da existência de precedentes, quando houve a liberação de informações que foram relevantes para a instauração de processo disciplinar contra senadores, no passado”, explicou, logo depois do encontro, o senador Humberto Costa. Segundo ele, ficou acertado que Lewandowski receberá documento com a especificação do tipo de dados que poderão ser úteis no julgamento. “Queremos aquilo que for importante para construir um juízo sobre a quebra ou não do decoro parlamentar”, sublinhou. Para seu trabalho como relator, disse ainda, a quebra de sigilo bancário e fiscal tem pouca valia para o Conselho de Ética, “mas a quebra do sigilo telefônico pode nos ajudar muito”, reforçou Humberto Costa.
Ouça a entrevista do senador Humberto Costa
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