Os líderes de partidos de Oposição da Câmara dos Deputados anunciaram nesta terça-feira (6), que vão obstruir a pauta do plenário até a votação da Medida Provisória (MP 1000/20), que prorroga o auxílio emergencial até dezembro, porém com o valor reduzido pela metade – de R$ 600 para R$ 300 mensais.
“A votação da MP 1000 é fundamental para debatermos o auxílio emergencial. O governo enviou a MP no valor de 300 reais e defendemos a manutenção do valor em 600 reais até o final do ano para garantir dignidade e renda à população”, defendeu o senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT.
Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro defendem que o valor do auxílio não pode ser reduzido de R$ 600 para R$ 300 porque os efeitos da pandemia ainda continuam sobre a população. Os parlamentares defendem a votação da manutenção dos pagamentos em R$ 600 até dezembro.
A estratégia do governo é não deixar que a MP seja votada porque, como ela tem efeito imediato a partir da publicação, o novo valor já está valendo. Pautar o tema para votação exigirá um esforço para impedir o aumento e ainda desgaste para os deputados da base governista.
“É uma agenda de governo que só atende ao mercado e ao grande capital. A Oposição na Câmara toma uma decisão correta em não votar nenhuma matéria enquanto não votarmos a MP 1000. Queremos votar a MP, ao contrário do governo. Queremos manter o valor do benefício em 600 reais até o final do ano”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE).
O líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE), acusou o governo de trabalhar contra a votação da MP para evitar a aprovação de emendas que mantivessem o valor do auxílio em R$ 600. “O governo faz de tudo para deixar a MP caducar porque já está com seus efeitos produzidos. O governo comete irresponsabilidade com o Congresso”, reclamou.