Os senadores da bancada do PT se manifestaram após a divulgação das denúncias de assédio sofridas por funcionárias da Caixa Econômica Federal praticadas pelo atual presidente da instituição, Pedro Guimarães. Para os parlamentares, é preciso apurar as denúncias com rigor e dar o devido apoio para as vítimas.
De acordo com reportagem do site Metrópoles, no final do ano passado um grupo de funcionárias denunciou a série de abusos praticados pelo presidente do banco. Curiosamente, no mesmo período em que era denunciado, a imprensa publicava que Bolsonaro avaliava ter como candidato a vice-presidente em sua chapa, justamente, Pedro Guimarães.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga, sob sigilo, as denúncias feitas pelas funcionárias da Caixa. Segundo a reportagem do Metrópoles, as mulheres relatam toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente da Caixa e funcionárias sob seu comando.
Após a divulgação dos casos de assédio, a imprensa tem divulgado que membros do governo Bolsonaro têm defendido a imediata demissão de Pedro Guimarães. Mas, para o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), apenas a demissão do atual presidente da Caixa não basta para encerrar o caso.
“Toda a nossa solidariedade às funcionárias da Caixa que denunciaram assédios asquerosos cometidos por Pedro Guimarães. Cobraremos que Pedro não seja apenas afastado da estatal, mas investigado rigorosamente por seus atos”, destacou.
Uma das mulheres afirmou que Pedro Guimarães tem o costume de pegar na cintura e no pescoço das funcionárias. “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele”. Outro relato aponta que mulheres consideradas bonitas por Guimarães são escolhidas para viajar na comitiva do presidente da Caixa. Aquelas selecionadas são comunicadas como se tivesse recebido um prêmio. “Ele [Pedro] convida para as viagens as mulheres que acha interessantes”
“São estarrecedores os relatos das funcionárias da Caixa sobre o assédio sexual protagonizadas pelo amigo de Bolsonaro e presidente da Caixa, Pedro Guimarães. As denúncias precisam ser apuradas com rigor. Machistas não passarão”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH).
Outro relato colhido pela reportagem mostra que uma subordinada de Guimarães esteve na porta do quarto dele para entregar um documento solicitado pelo presidente da Caixa. Em seguida, ela foi convidada a voltar na sequência para “discutir a carreira”. “Vai lá, toma um banho e vem aqui depois para a gente conversar sobre sua carreira”.
Reportagem do G1 sobre o caso, destaca que algumas dessas mulheres simplesmente desistiram de usar o canal de denúncias oferecido pela Caixa. Elas afirmam que souberam de outros casos que não teriam sido levados adiante e contam que as vítimas até sofreram retaliações.
A sequência de relatos das funcionárias mostra claramente como Pedro Guimarães utilizava a relação de poder com suas subordinadas para praticar uma série de abusos.
“Assédio é crime! E independente da hierarquia ocupado pela pessoa, deve ser devidamente julgado, dando total resguardo às vítimas”, disse o senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da Minoria.
O vice-presidente da CDH, senador Fabiano Contarato (PT-ES), prestou solidariedade às mulheres vítimas de assédio e pediu rigor na apuração por parte do Ministério Público.
“Cai outro fruto da árvore podre do bolsonarismo. Sou solidário às mulheres vítimas do assédio criminoso do presidente da Caixa, revelado pelo Metrópoles. O jornalismo denuncia o submundo do poder e age como guardião da sociedade. Que o MPF faça igual e não se curve a Bolsonaro”, disse Contarato.