Senadores petistas rebatem acusações e ataques de tucanos ao partido e a Lula

Senadores petistas rebatem acusações e ataques de tucanos ao partido e a Lula

Paulo Rocha: “Não há o que esconder com a peneira. O que está acontecendo no nosso País é que está se colocando em cheque um processo de criminalização da política”A oposição aproveitou a condução coercitiva do ex-presidente Lula pela Polícia Federal para tentar armar um circo no plenário do Senado, nesta segunda-feira (7). A ideia era defender a ação arbitrária e ilegal autorizada, na sexta-feira (4), pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava-Jato na primeira instância no Paraná, como argumento não apenas para atingir Lula, mas também a tentativa de golpe contra o mandato da presidenta Dilma. Os argumentos levantados, no entanto, foram sendo rebatidos um a um.

Em aparte aos ataques impetrados pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) ao PT, Lula e ao governo da presidenta Dilma Rousseff, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), lembrou que os integrantes da legenda não têm “medo da democracia” e muito menos do combate à corrupção.

“Não há o que esconder com a peneira. O que está acontecendo no nosso País é que está se colocando em cheque um processo de criminalização da política – principalmente dos políticos que estão no poder –, combinado com braços autoritários que estão no Judiciário e com esse processo de propaganda para criminalizar quem está no poder”, criticou Paulo Rocha.

Sobre as acusações de que a esquerda estaria incitando à violência após a coerção a Lula, o líder do PT destacou que esse estímulo vem sendo plantado pela direita. “Veja nas redes sociais quem está provocando, quem está chamando para a briga, para a violência, para o dia 13”, disse, em referência às diversas manifestações fascistas e agressivas contra integrantes do PT.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) também rebateu o discurso oposicionista. Ele aparteou a senadora Ana Amélia (PP-RS), integrante de um dos partidos com o maior número de parlamentares investigados na Lava-Jato, que questionou se o ex-presidente realmente deporia sem uma ação coerciva. Lindbergh lembrou que Lula já depôs outras quatro vezes sobre o mesmo assunto, ou seja, ser supostamente dono de um apartamento tríplex e um sítio que estariam ligados às empresas investigadas na operação da PF.

Lindbergh também lembrou que Ana Amélia, apesar de não ser uma parlamentar do PSDB e se considerar “independente”, não questionou, por exemplo, as denúncias que envolvem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pela sua ex-amante, Mirian Dutra. A jornalista acusou FHC de utilizar a empresa Brasif como “fachada” para enviar US$ 3 mil mensais a ela e ao seu filho, Tomás, quando eles moravam em Barcelona, na Espanha. Mirian seria funcionária da empresa, que administrava lojas em aeroportos, mas, mas ela afirmou que nunca pisou numa loja da Brasif.

“Eu não ouvi vossa excelência falando do apartamento do Fernando Henrique Cardoso, que a ex-amante Míriam Dutra, diz que é dele, que está em nome de um laranja, Jovelino Mineiro”, criticou o senador petista, acrescentando que Ana Amélia entrou em uma “guerra partidarizada” sem ao menos estudar as questões legais.

Também em aparte à parlamentar do PP, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lembrou que o presidente Lula não está acima da lei, mas que a ação contra Lula – criticada publicamente pelo ministro Marco Aurélio (Supremo Tribunal Federal) – não encontra respaldo na legislação brasileira. Isso porque não houve uma convocação do ex-presidente para depor.

“Essa situação, a qual o ex-presidente Lula foi submetido na sexta-feira, foi uma situação para humilhá-lo sim, para deixar público. Queriam inclusive confundir a opinião pública de que estavam prendendo o ex-presidente, porque o tiraram da sua casa, não o levaram sequer para o prédio da Polícia Federal”, criticou.

Gleisi acrescentou que a própria Ana Amélia disse já ter lido a delação. “Olha como essa operação é complicada. Algo que não podia ser lido já vazou, foi para a imprensa, talvez seus colegas lhe passaram. É um escândalo isso. Onde está o Estado de Direito? Onde está o devido processo legal?”, questionou.

Carlos Mota

 

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