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Senadores questionam gastos estratosféricos de Bolsonaro

Dados do cartão corporativo utilizado por Bolsonaro nos últimos quatro anos tem gastos, no mínimo, estranhos. Foram gastos R$109 mil, por exemplo, num restaurante de Roraima de uma só vez
Senadores questionam gastos estratosféricos de Bolsonaro

Foto: Carolina Antunes

O homem que vivia com uma caneta Bic dentro dos bolsos de seus ternos para se apresentar como uma pessoa humilde e de poucos luxos, torrou milhões de reais no cartão corporativo durante os quatro anos de sua desastrosa gestão.

Entre janeiro de 2019 e dezembro do ano passado, Bolsonaro torrou R$27.621.657,23 no cartão corporativo. O valor corrigido pela inflação, faz o total chegar a R$ 32.659.369,02. Os números foram disponibilizados pela Secretaria Geral da Presidência da República por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

“A prioridade de Bolsonaro sempre foi o próprio conforto e o da família, jamais do povo brasileiro. A prova está aí: gastos altíssimos com luxos enquanto o povo passava fome. O Brasil se livrou de um câncer”, disse Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT no Senado.

Quando os gastos feitos pelo ex-presidente são destrinchados, a coisa ganha contornos ainda mais absurdos.

No total, foram R$ 13,7 milhões com hotéis. Somente no Ferraretto Hotel, no Guarujá, cidade do litoral paulista, foi pago R$ 1,4 milhão. Também no Guarujá, foi registrado o pagamento de R$ 140 mil ao Hotel Praia do Tombo. O ex-presidente esteve hospedado no local entre os dias 21 e 26 de fevereiro de 2020, durante o carnaval.

Na alimentação, outra parcela significativa nos gastos gerais do cartão — R$ 10,2 milhões —, se destacam: R$ 8,6 mil em sorveterias; R$ 408 mil em peixarias e R$ 581 mil ao longo do mandato em padarias.

O senador Humberto Costa (PT-PE) criticou Bolsonaro que, mesmo após ser derrotado por Lula nas últimas eleições e ter fugido do Brasil para não participar da transição, continua agindo como chefe do Poder Executivo nas redes sociais.

“Bolsonaro está fazendo publicações como se não fosse derrotado, poderia publicar esse investimento que ele fez numa padaria”, disse. “Bolsonaro gastou R$109 mil do cartão corporativo num único dia neste restaurante em Roraima. O que justifica esse valor? Alguém explica? A quebra do sigilo no cartão corporativo de Bolsonaro mostrou muita coisa estranha”, completou o senador.

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