Sistema de cotas é um princípio vencedor

Reitores, representantes do Ministério da Educação e de várias entidades ligadas ao movimento negro têm uma única opinião sobre os dez anos de implantação do sistema de cotas nas universidades públicas do país: o princípio já venceu. O entendimento foi um consenso entre os participantes da audiência pública que avaliou o primeiro decênio do sistema que permitiu o acesso de milhares de cidadãos negros às universidades brasileiras.

O senador Paulo Paim (PT-RS), que presidiu a sessão, abriu os trabalhos lendo a carta de uma mãe brasileira, Vera Gomes, agradecida porque o sistema permitiu que seus dois filhos gêmeos se graduassem em Engenharia Mecânica pela Universidade de Brasília (UnB). Segundo ela, o sistema de cotas fez com que seus filhos pudessem acessar a universidade pública e garantir suas graduações.

A UnB foi a primeira universidade pública federal brasileira a adotar o sistema de cotas para o ingresso de negros e indígenas ao ensino superior. Antes disso, duas universidades estaduais, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro já havia adotado o sistema por pressão dos movimentos pela inclusão da raça negra. Uma lei estadual (Lei 3.708/01), assegurou 40% das vagas a estudantes negros ou pardos nas instituições de ensino superior do estado.

“Agora, temos uma universidade colorida”, resumiu o reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Júnior. Ele destacou que os alunos que entram pelo sistema têm desempenho acadêmico idêntico aos que acessam a universidade via vestibular. “Não há diferença entre eles”, assegurou. O reitor também destacou que a evasão escolar (abandono do curso) é menor entre os cotistas do que entre os outros estudantes.

O secretário da Educação Superior do Ministério da Educação juntou-se à opinião do reitor da UnB. Segundo o representante do MEC, “a inclusão está sendo feita mostrando a qualidade e a competência do estudante cotista”.

Giselle Chassot

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