Foto: Alessandro Dantas/PT no SenadoRafael Noronha
9 de novembro de 2016 | 18h20
A aplicação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último final de semana, se deu única e exclusivamente por conta da ausência de diálogo por parte do Ministério da Educação da gestão Temer com os estudantes que estão nas escolas públicas. Foi o que afirmou nesta quarta-feira (9) a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, em audiência que discutiu a MP 746.
Carina explicou que, durante o segundo turno das eleições municipais, mais de mil escolas estavam ocupadas pelo País e, após diálogo com os tribunais eleitorais estaduais, foi possível realizar a votação com tranquilidade, mesmo nas escolas ocupadas.
“O adiamento do Enem foi uma medida para ameaçar as ocupações e colocar estudantes contra estudantes. Precisamos deixar claro que ninguém quer garantir o Enem mais do que os estudantes que ocupam as escolas. Muitas vezes, essa prova é a única oportunidade que o estudante de escola pública tem de acessar a universidade”, concluiu.
Barrados no Senado
O debate sobre a MP 746, que impõe a reforma do ensino médio, foi envolto em meio a uma confusão. Isso porque centenas de estudantes foram vítimas de constrangimento, sendo barrados antes do início da audiência. Inclusive a presidente da UNE, que era uma das debatedoras.
Carina repudiou a ação policial contra os estudantes secundaristas. Ela afirmou ter sido desconvidada a participar da audiência pública como uma forma de retaliação pela ação dos estudantes que tentaram adentar o Senado.
“Muitos políticos dizem que a juventude não quer participar da política. E quando os estudantes vêm em caravana para participar de audiência pública, que é o instrumento desta Casa para ouvir a sociedade civil, esses jovens são impedidos de entrar. Não só não são impedidos de entrar como sofrem com a truculência”, disse.
Estudantes secundaristas de vários estados do País, em especial, do Paraná estão mobilizados em frente ao Senado para acompanharem de perto as discussões em torno da MP 746 e, segundo Carina, serem ouvidos.
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