A Presidência da Câmara recebeu nesta quarta-feira (21/12) o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de pagamento de propina e lavagem de dinheiro durante as privatizações ocorridas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). As acusações estão no livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Os deputados petistas Amauri Teixeira (PT-BA), Fernando Ferro (PE) e Fernando Marroni (RS) apoiam a iniciativa.
“Em favor da decência pública e da ética no País, é necessária essa investigação até para exigir as reparações devidas pelos políticos tucanos envolvidos nesse episódio”, defendeu Ferro. Segundo ele, as denúncias trazidas pelo livro merecem investigação porque não são apenas meros indícios, mas sim fatos concretos baseados em documentos legais. O requerimento de criação da CPI é de autoria do deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP).
Para Fernando Marroni, a CPI pode esclarecer muitas questões que sempre pairaram sobre as privatizações brasileiras na década de 90. “Esse é um assunto sobre o qual sempre houve muitas dúvidas. Com a publicação do livro A Privataria Tucana, vieram à tona inúmeras denúncias e provas documentais contra figuras ilustres do PSDB. Diante desse fato, o Legislativo não poderia se omitir e terá que investigar a fundo e esclarecer toda a verdade à população brasileira”, observou Marroni.
O livro de Amaury Ribeiro Jr. mostra o esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, devidamente documentado, em que o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) aparece como personagem central. O livro mostra também o envolvimento de amigos e parentes do tucano paulista em operações financeiras suspeitas durante o processo de privatização.
Mídia – Também apoiador da CPI da Privataria, o deputado Amauri Teixeira afirmou no plenário da Câmara que as denúncias contidas no livro A Privataria Tucana pegaram a mídia simpática à oposição de surpresa.
“Desde o lançamento do livro, jornalistas das maiores e mais conhecidas redações brasileiras passaram a se dedicar à tarefa inglória de brigar com fatos. Sem aviso prévio, nem estratégias de salvaguarda, os principais grupos privados de mídia do País foram atropelados pelo best seller A Privataria Tucana, que é uma espécie de guia geral de tramoias e banditismo de Estado a envolver o ex-governador José Serra, além de amigos, sócios e parentes do tucano por ocasião do processo de privatização das estatais no governo FHC”, afirmou Amauri.
PT na Câmara