Delcídio do Amaral: “Nós temos que falar por que estamos tomando essas medidas”O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), considerou positiva a primeira reunião do colegiado que contou com a participação do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa. O ministro, durante mais de cinco horas, respondeu aos questionamentos de mais de vinte senadores sobre as medidas do ajuste fiscal. A audiência foi acompanhada por quase 30 jornalistas de jornais, sites, rádios e televisões. “O ministro fez uma avaliação macroeconômica positiva, pelos projetos e investimentos que deverão ser feitos. Falou também das medidas que são absolutamente necessárias e que representam uma economia de cerca de R$ 18 bilhões, fundamentais para o equilíbrio fiscal”, disse o senador.
Para Delcídio do Amaral, o recado do ministro foi claro: é preciso promover correções em alguns programas de governo e, ao mesmo tempo, melhorar o perfil dos gastos públicos, mas tudo isso deve ser conduzido com muito diálogo entre o Congresso Nacional e o Executivo. “Ele demonstrou que nós não podemos só falar de uma pauta negativa. Nós temos que falar dos motivos pelos quais estamos adotando essas medidas. Para o quê? Para alavancar novos investimentos, para trazer a inflação para o centro da meta e olhar para a infraestrutura, os novos projetos”, afirmou.
Delcídio concorda com o ministro em relação às inúmeras oportunidades que existem no País. Na área de concessões há projetos em duplicação de rodovias, portos, aeroportos, ferrovias e hidrovias. O presidente da CAE destacou que a vinda de Nelson Barbosa ao Senado, de maneira espontânea, sem que fosse necessário aprovar algum requerimentomostra o interesse de se estabelecer o diálogo. Na próxima terça-feira (24), quem participará de audiência é o presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini. E no dia 24, já confirmado, virá à comissão o ministro da Fazenda, Joaquim Barbosa.
Estratégia
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que nos últimos dois anos presidiu a CAE, também considerou positiva a exposição do ministro Nelson Barbosa, mas não escondeu sua preocupação sobre a estratégia adotada. “Você pode reequilibrar as contas públicas no meio desse processo todo, mas não pode ser o centro, o foco da estratégia do governo o ajuste. A estratégia, a preocupação, sempre será o crescimento econômico e a geração de empregos”, disse ele.
O senador entende que o ajuste fiscal não pode ser colocado como a peça principal do tabuleiro, porque o governo enfrenta uma crise política e, se a economia entrar em recessão, será mais um elemento negativo para administrar. “O ministro Nelson Barbosa tem que ser essa pessoa que fala de crescimento para animar a economia. A presidenta Dilma também deu uma ótima declaração sobre a questão do emprego, porque adotou medidas, entre elas a desoneração, para defender os empregos. Acho que é isso; que a marca da campanha tem que ser a marca do governo, sem mexer nos programas sociais”, enfatizou.
Confira aqui a apresentação do ministro Nelson Barbosa na Comissão de Assuntos Econômicos
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