Dilma reage com indignação à chantagem de Cunha com impeachment

Dilma reage com indignação à chantagem de Cunha com impeachment

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira, às 20h30, em pronunciamento por cadeia de rádio e tevê, que, ao contrário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não cometeu nenhum ato ilícito que justifique o deferimento ao pedido de impeachment anunciado por Cunha hoje à tarde.

Cunha está sob ameaça de perder o mandato por conta de seu envolvimento – comprovado com farta documentação – nos desvios cometidos na Petrobras.

Dilma foi categórica:

“Não paira contra mim, nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi, ou tentei coagir, instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses”.

 

Leia, na íntegra, o pronunciamento da presidenta:

 

 

“Dirijo uma palavra de esclarecimento a todas as brasileiras e brasileiros.

 

No dia de hoje foi aprovado pelo Congresso nacional o projeto de lei que atualiza a meta fiscal, permitindo a continuidade da prestação de serviços públicos fundamentais para todos os brasileiros.

 

Ainda hoje, recebi com indignação, a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro.

 

São inconsistentes e improcedentes as razoes que fundamentam esse pedido.

 

Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim, nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi, ou tentei coagir, instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses.

 

Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública.

 

Nos últimos tempos, em especial nos últimos dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha dos votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment.

 

Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipo de barganha, muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das instituições democráticas do meu País, bloqueiam a Justiça ou ofendam os princípios morais e éticos que devem governar a vida pública.

 

Tenho convicção e absoluta tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem como seu justo arquivamento. Não podemos deixar as conveniências e os interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso País. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no estado democrático de direito.

 

 

Muito obrigado a todos vocês e boa noite.”

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