Humberto pede aos brasileiros que confiem na responsabilidade do governo

Em pronunciamento, líder do PT defendeu ajuste que vai assegurar continuidade de programas sociaisO momento atual pede uma coisa ao Brasil: cautela. E é essa cautela que precisa nortear a forma como o governo vai aplicar os recursos. “É necessário que nós, agora, reduzamos um pouco os gastos e investimentos públicos para que tenhamos dinheiro suficiente em caixa para honrar todas as nossas responsabilidades”, explicou, nessa segunda-feira (25) o líder do PT no Senado, Humberto Costa.

Em pronunciamento ao plenário, ele lembrou que os governos petistas conseguiram manter a economia aquecida, garantir o projeto de desenvolvimento inclusivo e a geração de empregos, enquanto muitos países demitiam e aumentavam o abismo social entre ricos e pobres. “Ao mesmo tempo em que, nos países desenvolvidos, as desigualdades entre ricos e pobres atingiram o nível mais alto dos últimos 30 anos, no Brasil, elas diminuíram, graças à elevação dos salários de quem ganhava menos, do aumento da força de trabalho e de políticas sociais inclusivas nunca antes adotadas neste país”, enfatizou.

Foi investindo em programas sociais e atendendo as necessidades das populações mais carentes que o Brasil conseguiu expandir os investimentos em educação superior, com programas como o ProUni e o FIES, e alargar a qualificação técnica, com o Pronatec. Foi assim também que os governos petistas asseguraram o crescimento de políticas de habitação, como o Minha Casa Minha Vida. Foi assim, ainda, que foram desonerados mais de 50 setores produtivos para estimular o crescimento econômico. “Enfim, agimos em todos os flancos possíveis para garantir conquistas, promover avanços e evitar retrocessos”, observou o parlamentar.

O momento, agora, é de enfrentar a crise que ainda afeta economias em todo o mundo.”Chegando ao limite da nossa política contra esse ciclo perverso, é hora de revê-la para que nos preparemos a um novo cenário”, disse. E explicou que esse é o objetivo das medidas propostas pelo Governo Federal.

Continuar assegurando o compromisso com as políticas inclusivas é um compromisso do PT e se agora se faz necessário restringir algumas economias, é porque as políticas em que os governos dos últimos treze anos investiram afastou do País cenas como o pires na mão nas portas do FMI e o costume perverso de descontar no andar de baixo a fatura dos juros escorchantes.

Inteligência e responsabilidade
“Se, agora, estamos tendo que novamente economizar, restringir investimentos para fazer face à crise internacional, eu quero aqui tranquilizar os brasileiros: confiem na inteligência e na responsabilidade com que os nossos governos sempre agiram em favor do nosso povo, pediu Humberto.

Com números e dados, o líder demonstrou que os investimentos bateram recorde no ano passado – foram de R$ 57,2bilhões, atrás apenas de 2010, quando desembolsamos R$ 57,4 bilhões. Nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Orçamento Geral da União aplicou R$ 57,7 bilhões – montante que representa 72% dos R$ 79,8bilhões aplicados em toda a primeira etapa do programa, de 2007 a 2010.

“Se considerarmos todo o OGU, vamos ver que o Ministério da Educação executou 96% de todo o seu orçamento no ano passado, que já era um dos maiores do período”. A pasta desembolsou efetivamente R$ 119 bilhões de quase R$ 125 bilhões previstos. Verba destinada, principalmente, para a educação básica e ao Ensino Superior e programas como o FIES e o Pronatec, listou.

No Ministério da Saúde, a situação foi semelhante. Segundo o líder, a pasta executou 91% de todo o montante autorizado no seu orçamento. Foram R$ 99 bilhões de R$ 108 bilhões previstos. Os recursos foram destinados, basicamente, a investimentos no SUS.

“Aliás, a despeito das economias anunciadas, o Governo Federal deve investir mais dinheiro neste ano de 2015 do que em 2014”, enumerou o líder, que lembrou que, para o período, permanece inalterada a programação de que sejam gastos 1 trilhão e 100 bilhões de reais, algo como R$ 100 bilhões acima do que foi pago em 2014; o que também é  um montante recorde.

“Vamos elevar, de 18,7% para 18,9% do PIB, os gastos previstos, numa clara sinalização de que, nas nossas administrações, quem dá as cartas é o Governo, levando em conta o interesse público, ao contrário de outras administrações anteriores, quando quem dava as cartas era o mercado, levando em conta interesses privados”, criticou  Humberto, que  deixou um recado para os críticos: “a oposição não se anime: jamais aceitaremos a receita de recessão e de arrocho salarial aos trabalhadores que ela aplicou ao país”.

 “Aos nossos companheiros e movimentos sociais, eu peço serenidade e apoio ao nosso Governo neste momento de ajuste necessário para que sigamos garantindo as nossas conquistas. E aos brasileiros, deixo aqui a mensagem de que confiem nos nossos compromissos e tenham a certeza de que, brevemente, vamos entrar em um novo ciclo histórico de desenvolvimento”, concluiu.

Giselle Chassot

 

Leia mais:

Nelson Barbosa: ajuste fiscal integra estratégia para retomada do crescimento

Delcídio negocia acordo com ministros para aprovar pacote fiscal no Congresso

To top