Humberto rechaça tentativa do governo provisório de retirar urgência de medidas anticorrupção

Humberto rechaça tentativa do governo provisório de retirar urgência de medidas anticorrupção

Humberto: ao mesmo tempo em que vai rasgando o cobertor de proteção social estendido sobre as parcelas mais excluídas da população, esse governo golpista costura outro para proteger seus aliadosDiversos aliados do governo ilegítimo dizem, na imprensa, que operações de combate à corrupção devem ser preservadas e incentivadas. Nos bastidores, porém, a história é outra: de acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, o Palácio do Planalto estuda retirar a urgência de parte das medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público. A manobra execrável foi condenada, nesta terça-feira (28), pelo senador Humberto Costa (PT-PE). 

“O governo biônico vai retirar a urgência das medidas com a justificativa de que elas ainda não estariam maduras para apreciação. Em suma, depois de acabar com a Controladoria-Geral da União e ter gente muito próxima flagrada tramando contra a Operação Lava-Jato, esse governo ilegítimo dá outro duro golpe no combate à corrupção”, criticou o senador em discurso. 

O status de urgência garante a prioridade na votação, o que acaba por ter preferência em relação a outras matérias. Para Humberto, ao deixar de lado as medidas anticorrupção, fica claro que as prioridades da gestão provisória são outras. 

“Ao mesmo tempo em que vai rasgando o cobertor de proteção social estendido sobre as parcelas mais excluídas da população, esse governo golpista costura outro para proteger os próprios aliados”, disse o senador petista. 

Para Humberto, a retirada da urgência dessas propostas pode ter sido um tema amadurecido no encontro, no domingo (26), entre o presidente biônico Michel Temer e seu amigo pessoal, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 

A conversa no Palácio do Jaburu, residência oficial do presidente interino, aliás, foi motivo de desencontro de versões. “Obviamente, era para ser uma conversa sigilosa, mas que, depois de vazada, foi negada por Cunha, e, ironicamente, reconhecida pelo Palácio do Planalto. Os dois esqueceram de combinar as versões”, ironizou Humberto. “O que não se sabe é o que o presidente da República interino e o presidente afastado da Câmara, que enfrenta um processo de cassação, tinham de tão secreto para falar, que precisaram esconder esse encontro dos brasileiros”, emendou. 

Teria Temer oferecido a Cunha apoio para garantir que ele não seja cassado? Será que, em troca, o presidente afastado da Câmara se comprometeu a não fazer delação premiada? Não se sabe, já que não houve maiores esclarecimentos de ambos os lados. Humberto, no entanto, destacou que a prioridade do presidente biônico da República está clara: dedicar espaço na sua agenda a receber Eduardo Cunha, classificado como delinquente pela Procuradoria-Geral da República. 

Mais retrocessos 

O senador Humberto ainda lembrou os retrocessos do governo interino, que avança cada dia mais sobre as conquistas e direitos sociais dos brasileiros. É o caso da tentativa de elevar a idade mínima para aposentadoria para os 70 anos, a prioridade ao nocivo projeto da terceirização e revogar a CLT a partir da aprovação do acordado sobre o legislado nos acordos trabalhistas. 

“Estamos aí diante de um governo marcha a ré, de um governo que ataca conquistas e suprime direitos, de um governo ilegítimo, rechaçado pela população brasileira com altos índices de rejeição, um governo que vive nas cordas, manobrando para não ser lavado a jato”, disse o senador. 

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