Aumento da adesão de médicos brasileiros reflete a qualidade do programa de saúde públicaNo início do Programa Mais Médicos, em julho de 2013, houve uma intensa movimentação de profissionais e estudantes brasileiros contra a ideia. O Ministério da Saúde teve que enfrentar a resistência e a baixa adesão de profissionais de saúde, que promoveram protestos e críticas ao programa, que pretende levar o atendimento a problemas básicos de saúde para 100% dos brasileiros. Entidades médicas protestaram e o boicote foi tão intenso que a maioria das vagas ofertadas eram preenchidas por médicos cubanos. Nas cinco seleções da primeira etapa, o índice de cubanos chegou a 80%.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Ministério da Saúde demonstram claramente que os “doutores” brasileiros mudaram de ideia sobre o programa. Nada menos que 92% das vagas abertas nos três últimos editais em 2015 foram preenchidas por profissionais com registros (CRM) brasileiros. E mais: 90% dos médicos brasileiros que atuam no Mais Médicos estão altamente satisfeitos com a presença no Programa e indicariam a experiência para seus colegas.
“Tivemos um resultado surpreendente e extremamente positivo. O preenchimento de 92% das vagas com médicos com CRM Brasil mostra a consolidação do Mais Médicos”, comemorou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Segundo ele, a adesão indica de que o programa tem qualidade e que os participantes brasileiros, além de satisfeitos com a participação, já estão indicando a outros profissionais. “Mesmo locais com difícil acesso e com consequente dificuldade de provimento, tiveram alta taxa de preenchimento”, observou.
Novo convênio
Em entrevista à imprensa, Chioro destacou que “o resultado torna pouco provável” um novo convênio com a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), responsável pela vinda dos médicos cubanos ao País e alvo de críticas veementes da oposição, que agora perdem totalmente o sentido.
Os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) chegaram a apresentar um projeto de lei para anular o termo firmado entre o governo brasileiro e a Opas de contratação dos profissionais cubanos para o programa.
Nessa quarta-feira (8), em depoimento à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o ministro disse que, sem os cubanos, os brasileiros teriam perdido mais de 11 mil profissionais que atuam nas regiões mais isoladas do País e para onde os brasileiros não quiseram ir.
Hoje, na entrevista, o ministro ironizou: “Evidentemente restam alguns parlamentares que fazem oposição ao Mais Médicos, mas o grau de apoio ao programa é impressionante. Temos apoio de prefeitos de todos os partidos.”
Giselle Chassot, com informações do Ministério da Saúde e das agências de notícias
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