Mantega apresenta boas perspectivas para o biênio 2013-2014

Ministro diz que o desempenho do País será influenciado pela recuperação da economia dos EUA e a alta do PIB dos emergentes.


Segundo o ministro, os países da zona do Euro,
ainda afundados na crise mundial acentuada
desde 2008, não terão influência no
crescimento que será percebido em 2013
e 2014, no Brasil

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participou, na manhã desta sexta-feira (12), do seminário “Rumos da Economia: Nosso modelo de crescimento”, promovido pela revista Brasileiros. Ao discorrer sua apresentação, intitulada Perspectivas da Economia Brasileira, o ministro defendeu que o País tem bons motivos para apostar em um crescimento econômico em 2013, e que esta ascendente também deverá ser percebida e acentuada em 2014.

Além do bom desempenho da economia interna, fatores internacionais, segundo Mantega, serão decisivos para a aceleração, neste e no próximo ano. Entre eles, a gradativa recuperação da economia dos Estados Unidos, a manutenção da taxa de crescimento do PIB em países emergentes, como Índia e China. Fato atípico, até mesmo a recuperação econômica do Japão contribuirá para fortalecer a economia brasileira: “A boa nova vem do Japão onde o governo está tomando uma série de medidas para dinamizar uma economia estagnada há muitos anos. O país sempre teve um estilo conservador e discreto, mas o primeiro ministro Shinzo Abe está tomando medidas bastante ousadas, que deverão irrigar a economia e estimular as atividades econômicas”, defendeu Mantega. Segundo o ministro, os países da zona do Euro, ainda afundados na crise mundial acentuada desde 2008, não terão influência no crescimento que será percebido em 2013 e 2014, no Brasil.

Um gargalo mundial apontado por Mantega para a desaceleração a economia internacional foi a queda vertiginosa do crescimento do comércio mundial que, em 2012, chegou a pífio 1% quando experimentava, nos últimos anos, índices na casa dos 12 a 15% anuais de crescimento. Fator este que tem levado à desvalorização de moedas e a guerra fiscal entre países que buscam um aumento da competitividade.

Um das piores consequências sociais da crise norte-americana, os altos índices de taxa de desemprego, hoje na casa dos 7,5%, por lá, são, segundo Mantega, problema até capitulado no Brasil, até aqui, com bons reflexos para a economia interna: “Com mais ofertas de emprego, a massa salarial cresce e ajuda a manter o mercado interno mais dinâmico, pois isto influencia o mercado consumidor. Ao lado de alguns asiáticos, o Brasil é hoje é dos poucos países com expansão do varejo no mundo”, explicou o ministro, reiterando que em 2012 foram criados 1,3 milhões de novos postos de trabalho.

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“Otimistas são os brasileiros. Mas como sou
também um cidadão brasileiro, posso dizer
que, sim, estou otimista”

Para pavimentar esse caminho ascendente, o Governo Federal investirá no biênio 2013/2014 mais de R$ 470 bilhões para atender demandas históricas de infraestrutura e viabilizar a construção de ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e a geração de energia elétrica, petróleo e gás.  “Este é um programa dos mais importantes, que responde a uma demanda da economia brasileira que não vem sendo atendida desde os anos 1980”, disse o ministro. Enfatizando o crescimento da indústria no País, Mantega citou a exponencial fabricação de veículos no País que nos últimos dez anos saltou de 1,5 para 3,5 milhões de unidades ao ano. Outro importante incentivo para aceleração da atividade industrial, reforçou o ministro, será a gradativa desoneração da carga tributária. Segundo Mantega, em 2012 o Brasil reduziu R$ 44,5 milhões da arrecadação de impostos e este número deverá superar 70 milhões em 2013, cerca de 1,5% do PIB do País.

Encerrando sua participação, Mantega apresentou dados de duas recentes pesquisas que apontam que o brasileiro experimenta um inédito grau de felicidade. Uma delas, elaborada pelo Boston Consulting Group, entidade norte-americana, e a outra feita no Brasil, mas envolvendo 156 países, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa analisou a expectativa positiva que habitantes destes países têm em relação aos próximos anos e o Brasil ficou em primeiro lugar. Questionado por um dos participantes do seminário se as perspectivas apresentadas pelo ministro seriam cumpridas e se ele se sentia otimista para cumprir tais metas, bem humorado, o ministro afirmou: “Otimistas são os brasileiros, como mostra a pesquisa que apresentei. Mas como sou também um cidadão brasileiro, posso dizer que, sim, estou otimista.”

Informações e fotos da Revista Brasileiros

 

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