Tombini diz que nova classe média induz novas oportunidades de negócio

As novas demandas por bens de consumo duráveis e não duráveis; por habitação, mas também por serviços básicos, pessoais, residenciais e de diversão.

Ao participar na noite desta segunda-feira (09), do Fórum da Liberdade, evento promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), em Porto Alegre (RS), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o modelo econômico brasileiro, estruturado na premissa de combinar o crescimento com a inclusão social, promoveu a entrada de milhões de pessoas à sociedade de consumo. Como esse modelo também permitiu a ascensão social para a classe média de mais de 40 milhões de pessoas, um dos benefícios a ser explorado se traduz nas inúmeras oportunidades de negócio que se abriram. “A nova classe média e as classes de rendas menos favorecidas apresentam inúmeras demandas, muitas delas não atendidas e muitas delas ainda mal atendidas”, afirmou.

“Julgo importante ressaltar que o Brasil é um
dos poucos países emergentes que nos últimos
anos conseguiu combinar crescimento com
redução da pobreza e da desigualdade”

Segundo Tombini, são demandas por bens de consumo duráveis e não duráveis; por habitação, mas também por serviços básicos, pessoais, residenciais e de diversão. A esses segmentos, ele destaca as deficiências presentes no âmbito da infraestrutura brasileira que demandarão o investimento de recursos em larga escala para projetos de pequeno, médio e grande portes. “É nesse contexto que vislumbro oportunidades para realização de novos negócios e aperfeiçoamento e expansão dos negócios existentes. No âmbito do sistema financeiro, os bancos já estão adaptando seus modelos de negócio para aproveitar essas oportunidades”, enfatizou.

O mercado de crédito é um exemplo da adaptação ao novo modelo econômico brasileiro instituído a partir de 2003 quando o PT chegou ao poder com o ex-presidente Lula e que continua com a presidenta Dilma, de focar as políticas no crescimento, na inclusão, na melhoria da renda e na erradicação da pobreza absoluta.

A oferta de crédito, principalmente para o consumo, sempre apresentou um volume modesto para o tamanho da economia quando comparado a outros países. Um empreendedor, historicamente, dependia de sua própria economia para abrir um negócio, mas a partir de 2003 essa situação mudou.

Tombini lembrou que nos últimos anos o crédito teve um crescimento sustentável, passando de 25% do PIB em 2002 para 50% do PIB em 2013. O mais importante é que esse crescimento da oferta de crédito se deu com uma expansão da base de clientes, representando uma expressiva inclusão bancária. “Essa é uma tendência. Os bancos estão constantemente adaptando seus modelos de negócio para atender as demandas da nova classe média e também das classes de menor poder aquisitivo, criando novos produtos e serviços, como o crédito consignado, a conta simplificada e as cooperativas de crédito”, afirmou.

Pagamentos móveis

Para a plateia do Fórum da Liberdade, repleta de jovens estudantes, Tombini contou que o Banco Central criou uma nova regulamentação para agências e postos bancários justamente para atender as novas demandas da população. Com isso, alguns bancos nos rincões do Brasil apresentam bons resultados na abertura de contas de depósito e no oferecimento de capital de giro para pequenos negócios, em municípios de pequeno porte e dentro de comunidades nos grandes centros urbanos.

Tombini também disse que o Banco Central está finalizando o marco regulatório para pagamentos móveis, já que o surgimento de novas tecnologias e a crescente participação de empresas não financeiras na prestação de serviços de pagamento é uma realidade. “Esse cenário tem o potencial de trazer benefícios, como a redução de preços, mais conveniência, melhoria do serviço, facilitação da inclusão financeira e maior competição na prestação desses serviços”, comentou.

Frase: “Julgo importante ressaltar que o Brasil é um dos poucos países emergentes que nos últimos anos conseguiu combinar crescimento com redução da pobreza e da desigualdade. Várias importantes economias emergentes também cresceram nesses últimos anos. Algumas, inclusive, cresceram mais do que o Brasil. Mas são raros os exemplos de economias emergentes, principalmente do porte da economia brasileira, que conseguiram combinar crescimento e melhoria de indicadores sociais como fizemos em nosso País nos últimos dez anos”.

Marcello Antunes

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