Paim diante das manifestações pela volta da ditadura: “Não haverá retrocesso”Um dos períodos mais vergonhosos da recente história brasileira, a ditadura militar (1964 a 1985), foi lembrado nesta terça-feira (31) pelo senador Paulo Paim (PT-RS), durante discurso ao plenário. Após 51 anos da instauração do regime que cessou direitos, fechou o Congresso, perseguiu professores e oprimiu a oposição, o parlamentar petista afirmou quer que esse passado seja apenas conhecido, mas jamais retorne.
“Perdemos uma geração inteira para o medo com a mentira ufanista, fundamentada na força espalhada aqui por outras nações, que aqui o comunismo ia chegar”, registrou o senador, lembrando os anos de domínio absoluto da guerra fria estendida para os países subdesenvolvidos e em subdesenvolvimento.
O senador também destacou o surgimento de defensores da ditadura militar nas recentes manifestações – apoiadas pelos partidos da oposição – que ora pedem a reinstalação do regime militar, ora o fim dos partidos políticos e do STF, ora o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Após reafirmar que é a favor dos protestos exigindo mudanças no sistema político e na oferta de serviços básicos à população, como transporte público, o senador comparou:
“A mesma posição usada por Hitler volta no discurso de ódio de alguns. Mas é bom lembrar que são alguns, muito poucos. Não acredito que nossos militares estejam nessa. Acredito nas Forças Armadas brasileiras, que sabem, mais do que ninguém, a importância da democracia e não querem a volta daquele período”, ressaltou.
Segundo Paim, que participou da elaboração da atual Carta Magna como deputado constituinte, é necessário respeitar a pluralidade, a composição de forças e o respeito democrático. “Não haverá retrocesso. Não queremos mais opressão, queremos direitos, liberdade. Exigimos, pelas vias democráticas, que o nosso País avance e ocupe o lugar de direito que tem em nível internacional”.
Carlos Mota
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