Otto: “Jamais mudaria de posição por qualquer interesse pessoal”O senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou, no início da madrugada desta quarta-feira (31), que votará contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff porque, ao contrário de vários de seus colegas, “não trocaria a consciência ou voto por nenhum bem material ou qualquer vantagem pessoal”.
“Tenho toda tranquilidade para que, com altivez, moral e honra possa defender aquilo que considero correto”, disse.
Otto explicou que, por gratidão e respeito à presidenta Dilma, decidiu não fazer perguntas a ela no dia anterior. Para ele, Dilma enfrentou o debate com muita coragem e a firmeza “que é natural da sua personalidade”.
O momento de crise que o Brasil enfrenta, para o senador, é responsabilidade de todos e não apenas da presidenta Dilma, como muitos querem fazer parecer. Em relação à Bahia, segundo Otto, a presidenta fez um “belo trabalho” com a transformação do estado a partir das obras que foram encaminhadas pela presidenta.
“Por isso, Dilma não precisava pedir o meu voto. Ela tem crédito pelo trabalho que ela fez no estado da Bahia em parceira com os governadores Jacques Wagner e Rui Costa”, resumiu.
Ex-conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia, Otto Alencar disse que aprendeu, durante o período em que esteve na posição de julgador, que só se pode julgar de forma isenta analisando o conteúdo dos autos do processo. Discurso que vai em posição oposta àquela defendida por muitos dos senadores golpistas que evocam o conjunto da obra para justificar o afastamento definitivo da presidenta.
“Não adianta querer julgar e dizer daquilo que aconteceu com aqueles que dilapidaram o patrimônio da Petrobras e que foram indicados por partidos políticos com representação no Senado. Não foi a presidenta que indicou Paulo Roberto Costa. Foi o PP. Quem indicou Nestor Cerveró foi o PMDB”, elencou. “Todas as culpas que estão sendo jogadas na presidenta Dilma são injustas”, enfatizou.
Após analisar os autos do processo, o senador afirmou que fica com a versão apresentada pelo advogado de defesa, José Eduardo Cardozo porque essa é a versão que o convence. “Ele [Cardozo] me convence de que não houve crime de responsabilidade. Jamais mudaria de posição por qualquer interesse pessoal ou material”, reafirmou.
Rafael Noronha
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