Humberto: a causa da saúde pública é uma causa minhaSaúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Está bem claro na Constituição, no Artigo 196. Mas não está claro nem nas ações nem nas palavras da cúpula do governo golpista.
Nem bem assumiu, o ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, se apressou em declarar que o Estado não cobriria mais os direitos previstos. E que o acesso universal ao Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser substituído por planos de saúde. De lá para cá, passados menos de dois meses, o ministro trabalhou bem no sentido de desmantelar o SUS, denunciou, nesta quarta-feira (6), em pronunciamento ao plenário, o ex-ministro e senador Humberto Costa (PT-PE).
Mas a determinação dos golpistas em exterminar um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo não será concretizada sem luta. Nesta semana, os defensores do SUS se uniram numa grande frente em defesa da saúde pública. Foi lançada a Frente Nacional em Defesa da Saúde Pública e, nessa terça-feira (5), o gramado em frente ao Congresso Nacional, recebeu uma vigília em defesa do SUS. Na Universidade de Brasília, a Frente Democracia e Saúde realizou um evento para marcar a união de diversos setores da sociedade em torno do compromisso com a saúde pública.
Nesta quarta, pela manhã, aconteceu a Segunda Marcha em Defesa da Saúde, da Seguridade e da Democracia, que partiu da Catedral de Brasília com representantes de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. Humberto relatou que, durante a caminhada, os manifestantes se posicionaram contra o golpe protestaram contra os retrocessos impostos pelo governo ilegítimo.
“A causa da saúde pública é uma causa minha”, assegurou Humberto, que garantiu que não dará um dia de trégua a quem quiser retirar direitos “tão duramente conquistados”, disse o ex-ministro que é relator da Medida Provisória 723, editada pela presidenta Dilma e que garante a prorrogação do prazo de revalidação do diploma e do visto temporário dos intercambistas do Mais Médicos.
“ Minha posição no relatório, obviamente, vai ser a de assegurar a continuidade desse programa criado por Dilma, que levou às regiões mais distantes do Brasil os médicos que elas jamais tinham visto”, anunciou. Humberto lembrou que hoje há 18 mil profissionais do Mais Médicos espalhados por todo o território nacional. São eles que garantem atenção básica à saúde a quase um terço da população brasileira, que, antes, era subassistida ou absolutamente desassistida nessa área.
Segundo Humberto, investir contra o maior programa de inclusão social do mundo é uma atrocidade. Ele acredita que, por mais que essa seja uma pauta do governo interino, ela não vai prosperar na sociedade ou no Congresso, porque contará com a resistência da nossa parte e do povo brasileiro”.
“Os tempos atuais nos dizem que, em direitos, é hora de avançarmos e não de retrocedermos. Por isso, quero aqui convidar a todas e a todos a ingressar nessa luta para que o Sistema Único de Saúde”, que está longe de estar num padrão à altura das necessidades dos brasileiros – seja melhorado e aperfeiçoado a cada dia, jamais destruído, como pretende o governo biônico que aí está”.
Giselle Chassot
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