Senadores citaram como exemplo de sucesso o período em que Celso Amorim esteve à frente do ItamaratyEm reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta terça-feira (10), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) e o senador Jorge Viana (PT-AC) defenderam que o Brasil reassuma um papel de protagonismo nas relações internacionais. Ambos citaram como exemplo de sucesso na diplomacia nacional, o período em que o ex-presidente Lula tinha a frente do Itamaraty, o então ministro Celso Amorim.
“Hoje nós temos diversos problemas políticos e econômicos ao redor do nosso País. Precisamos reassumir o papel de protagonismo que tivemos quando o Itamaraty tinha o ministro Celso Amorim à frente”, defendeu o senador Jorge Viana.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) compartilhou a posição do colega de bancada e enfatizou que o Brasil teve um avanço extraordinário na diplomacia internacional durante o governo Lula. Mas perdeu muito espaço no governo atual.
Viana ainda parabenizou a iniciativa do atual ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que, antes mesmo da eleição do presidente do colegiado, se ofereceu para vir ao Senado apresentar aos parlamentares as diretrizes da pasta para os próximos anos.
“Essa posição do ministro nos mostra o respeito que ele tem por esse colegiado e todos nós gostaríamos de ouvir o que ele pensa acerca do que tem acontecido na Venezuela, na Argentina, na Bolívia, no Paraguai, nas relações do Brasil com os Estados Unidos, com a retomada econômica dos países europeus”, disse.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) defendeu a pacificação das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, estremecidas desde o caso de espionagem denunciado pelo ex-agente da CIA, Edward Snowden. Para ela, a iminente visita da presidenta Dilma aos Estados Unidos, que pode ocorrer no final deste ano, é fundamental para a retomada do diálogo bilateral.
“Nós podemos trabalhar de melhor forma as relações comerciais com outros países, inclusive com aqueles que estão saindo da crise econômica. Além disso, podemos dialogar com a China para fechar novas parcerias”, disse a senadora, que também defendeu um maior diálogo do Brasil com seus vizinhos sul-americanos.
Viana que protagonismo para defesa nacional
O senador Jorge Viana, durante a reunião da CRE, também defendeu um protagonismo maior para a área de defesa nacional do Estado brasileiro. Para ele, uma nação que em pouco mais de uma década saiu de um PIB de US$ 500 bilhões para US$ 2,3 trilhões e que tem um papel importante nas discussões diplomáticas e políticas internacionais, não pode relegar ao segundo plano esse tema.
“Nós temos que avançar nesse tema para que ele possa se igualar a expectativa que o Brasil tem criado no mundo. Nessa comissão, temos pelo menos duas importantes vertentes de trabalho, que é a discussão da defesa e a sabatina de autoridades que o governo indica para representar o Brasil em outros países”, destacou.
Marta: Não quero sangrar a presidenta, eu quero que ela resolva
Comentário inoportuno
A senadora Marta Suplicy criticou a fala do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) que, ontem, em evento no Instituto Fernando Henrique Cardoso, disse não desejar o impeachment da presidenta Dilma e, sim, prefere vê-la “sangrar”.
“Fiquei extremamente preocupada com aquela história de sangrar a presidenta. Eu não quero sangrar a presidenta, eu quero que ela resolva”, defendeu Marta.
Em reposta a petista, Aloysio Nunes recuou e disse que também não deseja ver a presidenta sangrar. Segundo ele, talvez tenha cometido um excesso de linguagem. “Quero que a presidenta se emende dos erros que vem cometendo”, disse o tucano.
Eleição
Nesta terça-feira, respeitando a proporcionalidade dos blocos partidários e das legendas, o senador Aloysio Nunes Ferreira foi eleito para presidir a CRE pelos próximos dois anos. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) será o vice.
Rafael Noronha
