Pimentel considera particularmente importante na convivência com a seca o desenvolvimento de um programa de segurança hídrica, com a transposição do Rio São FranciscoO planejamento das ações de convivência com a seca desenvolvido a partir do governo Lula e durante o primeiro governo Dilma foi essencial para que o Ceará pudesse enfrentar a pior estiagem dos últimos 60 anos. Essa é avaliação do senador José Pimentel (PT-CE), que em pronunciamento ao plenário, na última quinta-feira (5), registrou a audiência promovida, na semana passada, pela Assembleia Legislativa do Ceará para refletir sobre o diagnóstico e o planejamento de inverno para 2015. O encontro envolveu órgãos dos governos federal e estadual, representantes das 184 prefeituras do estado do agronegócio e da agricultura familiar.
Pimentel ressaltou a importância de incorporar uma agenda ambiental às políticas de convivência com a seca. “Nós do Ceará e do Nordeste Setentrional não soubemos [ao longo dos séculos] trabalhar a questão da caatinga, como também a Região Centro-Oeste está sendo vítima, porque não soube conviver com o Cerrado”. Por isso, o senador considera um ponto extremamente positivo que o encontro realizado no Ceará tivesse tratado um plano de convivência de médio e longo prazo com a seca.
Para enfrentar a atual estiagem, foi essencial que o País contasse com uma política de renegociação das dívidas dos agricultores prejudicados com um programa para o Semiárido, lançado em 2014 pela presidenta. “Temos recursos planejados, envolvendo os bancos públicos, os particulares, envolvendo os órgãos de Governo, de assistência técnica e conseguimos superar isso”.
Pimentel considera particularmente importante o desenvolvimento de um programa de segurança hídrica, com a interligação da Bacia do Rio São Francisco com a região semiárida nordestina, como vem sendo feito a partir das obras de transposição do Rio São Francisco. Esse empreendimento é um sonho que data do Segundo Império e que começou a tomar corpo no primeiro governo Lula, que conseguiu coordenar uma grande concertação entre os estados nordestinos chamados “doadores” de água (territórios que abrigam o leito original do rio) e os receptores.
A transposição hoje já tem mais de 70% dos seus dois grandes eixos prontos: o Eixo Norte, que beneficiará o Ceará, o Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco; e o Eixo Leste, que beneficiará Pernambuco e Alagoas. Atualmente, mais de 11 mil trabalhadores estão dando continuidade às obras. “No início de 2016, devemos ter esses dois projetos totalmente concluídos. Neste 2015, parte dele já tem água, demonstrando o seu avanço e o seu andamento”, registrou o senador.
Além disso, os governos Lula e Dilma já garantiram mais de 800 mil cisternas prontas e em uso, permitindo que as pequenas moradias tenham uma garantia hídrica coletada pela chuva. São 16 mil litros, em média, em cada uma dessas cisternas, assegurando o abastecimento de água para as famílias por volta de oito a nove meses.
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