Postura de Agnelo é elogiada por parlamentares de vários partidos

“Li trechos que mostravam os membros da quadrilha de Cachoeira reclamando que não conseguiam "nomear nem gari" no governo Agnelo”, destacou Vanessa.

“Se eu soubesse que o senador Demóstenes Torres tinha pedido o impeachment do senhor, jamais teria votado a favor de sua convocação para este depoimento”. Assim o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), conhecido por seus discursos exaltados e por suas posições quase folclóricas deu o tom de sua retomada de posição sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT-DF). “O senhor entrou aqui como um anão e saiu como um gigante”, atestou.

Silvio Costa foi o terceiro parlamentar não-correligionário do governador a defender com veemência a maneira com que o petista evitou a entrada do grupo criminoso do contraventor Carlinhos Cachoeira no governo do Distrito Federal e tomou a iniciativa de oferecer a abertura de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.

Mais cedo, Agnelo relatou que o senador e ex-líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), que é investigado pelo Conselho de Ética por suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira, protocolou o pedido de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal. “Não entendi tantos ataques dele à minha pessoa naquele momento. Achei que fosse simples solidariedade com o governo anterior”, disse. Em sua fala, Agnelo atribuiu o pedido à resistência de seu governo às tentativas do grupo de Cachoeira de atuar junto à gestão petista.

Antes, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) elogiou o gesto do governador que, voluntariamente, abriu seus sigilos à CPMI. Randolfe cobrou que a comissão vote o requerimento para a quebra do sigilo do tucano Marconi Perillo. “Eu creio que torna inevitável, amanhã, que a CPI proceda a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico também do governador Marconi Perillo”, disse o senador do PSOL, antes do anúncio dos tucanos de que o Perillo havia pedido para a Comissão votar a abertura de seus dados, negados ontem ao relator, Odair Cunha (PT-MG)

 

Também a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) aplaudiu o comportamento do governador petista. “Li trechos que mostravam os membros da quadrilha de Cachoeira reclamando que não conseguiam “nomear nem gari” no governo Agnelo”, observou, assegurando que isso deixava clara a posição de resistência ao esquema de Cachoeira adotada pelo governo do DF.

 

Entre os pontos mais fortes do depoimento de Agnelo à CPMI nesta quarta-feira (13/06) destacou-se a informação de que a “linha dura” adotada sobre o contrato de coleta de lixo e varrição no DF resultou na economia de mais de R$ 1 milhão só entre janeiro e junho deste ano.  Segundo o governador, o início de um sistema de pesagem dos caminhões de lixo recolhido pela empresa Delta levou a uma redução de R$ 1 milhão nos pagamentos à empresa.

 

Giselle Chassot

 

Foto: Agência Senado

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