Solução para haitianos no Acre pode ser anunciada na próxima semana

Reunião marcada para terça-feira pode
apontar saída para o impassse

Uma reunião marcada para a próxima terça-feira (21), entre representantes dos ministérios da Justiça, da Saúde e da Casa Civil ,pode apontar uma saída para a situação de milhares de haitianos abrigados no município de Brasileia, no Acre. O governo do estado espera que o pedido de fechamento provisório da fronteira seja considerado uma das alternativasl para contornar a situação considerada alarmante pelas autoridades locais.

A reunião foi marcada depois que o governador do Acre, Tião Viana, relatou como está a situação em Brasiléia, no encontro que ocorreu nesta quinta-feira (16) em Brasília com o ministro José Eduardo Cardozo. Mais de 1,2 mil imigrantes estão em abrigos no Acre

De acordo com o secretário de Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão, o grupo está sujeito a diversos riscos de saúde e segurança.  Ele disse que o governo está preocupado com a dimensão do problema e toma providêndias enquanto a situação não se define. “Vamos começar hoje a limpeza do abrigo pelos agentes da Defesa Civil. Queremos garantir a segurança no local para evitar incêndios e problemas provocados pelas chuvas que já começaram”, explicou.

Segundo ele, equipes da Secretaria estadual de Saúde também devem chegar a Brasileia para orientar os abrigados sobre o risco de doenças contagiosas e as formas de prevenção. A medida foi sugerida por Mourão, que alertou sobre a aglomeração de pessoas acima da capacidade do abrigo. “Essas medidas, ainda assim, são insuficientes. O fluxo de pessoas continua aumentando. Ontem, chegaram mais 50 pessoas e as empresas pararam de contratar”, disse o secretário.

O acordo feito com empresários de diversos setores, como os de construção civil e metalurgia, para garantir emprego a muitos haitianos em outros pontos do país não tem sido suficiente para fazer frente ao fluxo migratório crescente. A situação se agravou quando, no início de dezembro, as contratações foram reduzidas em função do período de menor atividade. A expectativa é que a partir de fevereiro as empresas retomem o recrutamento.

“Ontem tivemos um sinal melhor, já que uma empresa veio e recrutou 130 pessoas e soubemos que outra empresa deve vir hoje para contratar mais alguns”, disse Mourão.

Ainda que o recrutamento volte ao ritmo normal, autoridades acreanas temem pela situação de mulheres e crianças que não estão no alvo dessas contratações. Outra preocupação é com o aumento de pessoas entrando irregularmente pela fronteira. Segundo Mourão, os empregos oferecidos não são suficientes para atender o acúmulo registrado nas últimas semanas.

“Além disso, Brasileia não tem condições de sediar outro abrigo. Se o Governo Federal indicar a construção de outro local, não há condições na cidade. Estamos estudando, inclusive, a possibilidade de deslocar algumas pessoas para a capital Rio Branco, mas essa é uma operação complicada”, disse.

Com informações da Agência Brasil

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