Na longa disputa entre índios e fazendeiros por uma área 9,7 mil hectares no município sul-mato-grossense de Juti, iniciada em 1950
Decisão do STF beneficia comunidade |
O estado de Mato Grosso do Sul argumentava que, caso houvesse demarcação, seria ele o responsável por indenizar aos proprietários. Diante disso, a Justiça Federal de Naviraí, responsável pelo processo, remeteu os autos ao Supremo em 2010, por considerar que, se o Estado fosse incluído no processo, haveria conflito federativo entre MS e a União, o que obrigaria o julgamento ser realizado pelo STF.
Com a decisão desta semana, a ação volta a tramitar normalmente na Justiça Federal de Naviraí. O processo demarcatório da Terra Indígena Taquara, no entanto, continua suspenso até que haja uma decisão final.
Entenda o caso
Na década de 1950
Desde então, uma longa disputa judicial está em andamento
As disputas entre índios e fazendeiros são marcadas pela violência. Em janeiro de 2003 o cacique guarani kaiowá Marco Veron foi brutalmente assassinado. Agressores contratados pelo fazendeiro dispararam e espancaram os indígenas. Veron, à época com 72 anos, não resistiu às agressões e morreu com traumatismo craniano. O caso ganhou repercussão internacional e foi o único homicídio de indígena no MS que teve julgamento e condenação.
Catharine Rocha, com Conselho Indigenista Missionário
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