A superação da violência é o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, lançada nessa quarta-feira (14) pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Campanha lembra que o Brasil concentra 13% dos assassinatos que ocorrem em todo o mundo.
“Queremos dizer ‘não a violência’ nas redes sociais, nas ruas, nos diversos ambientes. Por isso é preciso que esse ‘não’ seja traduzido em atitudes pessoais. Também precisamos do poder público para que nos ajude a superar as causas da violência”, consolidou o cardeal de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) parabenizou a CNBB pela escolha do tema por motivar a reflexão junto à população acerca dos dados alarmantes de violência no País.
“Os números da violência no País são impressionantes. Temos uma média superior a 60 mil assassinatos no ano. São cerca de 85 jovens mortos a cada dia, o equivalente à queda de quatro aviões comerciais a cada semana”, elencou o senador que foi relator da CPI do Assassinato de Jovens Negros.
Na avaliação de Lindbergh, a austeridade fiscal imposta pelo atual governo tem contribuído para agravar a difícil situação da segurança pública no País, inclusive, com cortes orçamentários em áreas essenciais.
“O orçamento da segurança pública em 2016 era de 6,1 bilhões; em 2017 caiu para 5,3 bilhões. Agora caiu para apenas 3,9 bilhões de reais. O agravamento dessa situação da segurança pública está relacionado também ao momento que estamos vivendo no País, a essa política econômica que está fazendo um ajuste fiscal irresponsável”, criticou o senador.
Para Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, mais importante que a reflexão sobre o que se pode fazer para superar a violência, a Campanha da Fraternidade propõe que a violência não é um problema dos outros. Na verdade, ela “é um problema de todos”.
“Só irmanados na justiça social e abertos para se importar com a dor e a necessidade do outro é que poderemos cultivar a paz. Apesar e por causa de todas as nossas diferenças, esses sentimentos nos fazem iguais e solidários”, disse a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).