Suplicy cobra atenção para risco de colapso hídrico em São Paulo

Suplicy cobra atenção para risco de colapso hídrico em São Paulo

Enquanto senador fazia alerta, presidenta Dilma dizia, no Nordeste, da importância do planejamento

Suplicy alerta que, muito além do problema
regional, o desabastecimento de água poderá
ter grande impacto econômico em todo o País

A seca que atinge a região de São Paulo precisa ser encarada conjuntamente, porque é inútil resolver o problema de uma localidade e gerar o colapso de outra. Esse foi o tom do pronunciamento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), nesta terça-feira (13). O parlamentar alertou que, muito além do problema regional, o desabastecimento de água poderá ter grande impacto econômico em todo o País

O senador detalhou a crise que atinge a região e disse que é preciso separar dois problemas que, embora tenham a mesma causa, demandam diferentes enfrentamentos. “É injusto comparar a questão do abastecimento de energia elétrica com as consequências da falta de fornecimento de água tratada”, disse.

Suplicy explicou que a questão energética pode facilmente ser resolvida porque existe uma grande malha de transmissão capaz de captar energia de regiões distantes e levá-la até as cidades afetadas pela seca. “Além disso, existe a possibilidade de utilização de energia termelétrica”, recordou.

No caso do abastecimento de água potável, a situação é outra. Suplicy esclareceu que é impossível retirar água de localidades distantes e levá-las para São Paulo. “A ampliação do sistema de captação poderia ter aumentado a disponibilidade de água potável para essa região”, criticou o senador ao lembrar que uma obra desse tipo requer planejamento.

Outras alternativas precisam ser adotadas, na opinião do senador paulista, para que seja redução das perdas do sistema, calculadas em 30%. E é necessário cuidar, também, da preservação das nascentes para que a poluição não inviabilize a utilização de afluentes. “Caso a seca se agrave, a tendência é de que as pessoas partam para soluções individuais, como a construção de portos, construção de microbarragens individuais e até retirada clandestina de água diretamente dos rios”, alertou Suplicy.

Dilma

Também nesta terça-feira, em Jati (CE), a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o problema da falta de água não é de São Paulo, mas da região Sudeste. “Quem não investiu, quem não preveniu, vai ter problema”, disse a presidenta, destacando que o Nordeste “adquiriu mais cedo a consciência da importância estratégica de se ter água”.

Segundo a presidenta, o projeto de integração mostra que houve planejamento do Nordeste para conviver com a seca. “Vocês estão fazendo uma obra que mostra que houve aqui planejamento, que houve previsão, que houve esforço da sociedade, aqui todo mundo está consciente que a água é fundamental. Ninguém aqui vai ser surpreendido pela seca”, disse. “Lá (em São Paulo) não tem uma obra dessa proporção para garantir a segurança hídrica”, reforçou.

Giselle Chassot

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