Por iniciativa do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o Senado homenageou, na última segunda feira (19) a passagem dos 10 anos de morte do alto comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos Sérgio Vieira de Mello, brasileiro que se destacou na condução de missões de paz da ONU no Timor Leste, Ruanda e Bangladesh, vítima de um atentado terrorista contra a sede da entidade, em Bagdá, em 19 de agosto de 2003.
Suplicy foi o autor do requerimento para a realização de uma audiência pública da Comissão de Relações Exteriores (CRE) que homenageou Vieira de Mello, que contou com a presença da professora Carolina Larriera, companheira do diplomata à época de sua morte. Antes da audiência, o senador paulista já havia destacado o trabalho do diplomata brasileiro em prol da paz em discurso ao plenário, na tarde da última segunda-feira.
O senador paulista lembrou Vieira de Mello como um homem “carismático, empreendedor e otimista. Um apóstolo da busca da justiça, para que, então, possa acontecer a paz” e destacou que o diplomata dedicou a vida ao trabalho “em prol de uma solução para situações de genocídio, êxodos e todo tipo de conflitos”. Após o grande sucesso coordenando a pacificação e transição para a democracia do Timor Leste — ex-colônia portuguesa no Sudeste Asiático que sofreu 24 anos de violenta ocupação pela Indonésia — o diplomata foi escalado para chefiar os trabalhos da ONU no Iraque, após a queda do regime de Saddam Hussein. “A missão de Sérgio consistia em desenvolver e planejar a forma de reconstruir o país e devolver a soberania ao povo, tarefa que cumpriu com grande sucesso”, afirmou Suplicy.
Vieira de Mello nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1948, participou de movimentos sociais e teve de sair do país por conta da repressão sofrida por seu pai, diplomata Arnaldo Vieira de Mello, durante o regime militar. Ele estudou e se formou em Paris, na França, e começou a trabalhar na ONU em 1969.
O senador paulista lembrou os contatos que manteve com Vieira de Mello sobre a possibilidade da implantação de um programa de renda básica de cidadania, similar ao proposto em um projeto de sua autoria para o Brasil. Vieira de Mello havia informado a Suplicy que a sugestão de implantação do programa havia sido considerada positiva pelas autoridades locais.
“Com o cruel desaparecimento de Sergio Vieira de Mello, o mundo perdeu não só um ardoroso defensor da paz e dos direitos humanos, como também um líder humanitário incansável”, avaliou Suplicy. “É importante que os seus feitos sejam divulgados em nosso País, pois tudo que ele fez em prol da humanidade muito nos orgulha. Um brasileiro notável. É importante que a juventude de nosso País conheça tudo o que fez Sergio Vieira de Mello. É muito importante que a sociedade brasileira reconheça em Sergio Vieira de Mello um exemplo contemporâneo do herói nacional, protagonista de uma luta incansável pela realização de justiça e consequentemente da paz em nosso País”.