Suplicy se emociona ao lembrar Alex, 8 anos, vítima da homofobia

Renda Básica de Cidadania poderia ter evitado homicídio cometido pelo pai da criança, lembrou senador.

 

Com Renda Básica, mãe não teria sido obrigada a
dar o filho para o pai homicida

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou nesta sexta-feira (7), em discurso ao plenário, o menino Alex Medeiros, de oito anos, espancado até à morte pelo pai para “aprender a ser homem”. Alex morreu de hemorragia interna, no dia 17 de fevereiro, com o fígado dilacerado pelas pancadas. Os legistas confirmaram marcas de sucessivas surras no corpo da criança. O senador alertou para a crescente intolerância e para a necessidade de a sociedade tomar uma posição sobre a questão.

Segundo o laudo do Instituto Médico Legal, Alex tinha escoriações nos joelhos, cotovelos, perto do ouvido esquerdo, no tórax, na região cervical; apresentava também equimoses na face, no tórax, no supercílio direito, no deltoide, punho esquerdo, braço e antebraços direitos, além de edemas no punho direito e na coxa direita. Ele também tinha sinais de desnutrição. O menino morava com o pai há pouco mais de um ano, em Bangu, no Rio de Janeiro.

O senador citou o artigo do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) — “quando criança, eu também não tinha ‘jeito de homem”, narra o parlamentar carioca, “e essa diferença me tornava alvo de injúrias e insultos desde que me entendo por gente”. Confrontado com a notícia da morte do garotinho, Wyllys revela que sentiu o desejo de ter encontrado a criança “antes de sua morte violenta e trazê-lo para perto de mim; quis voltar o tempo e livrá-lo da miséria e das mãos de seu algoz; de chamá-lo de “filho”. Neste trecho da leitura, Suplicy se emocionou.

Ele chamou a atenção para o fato de o pequeno Alex ter sido mandado pela mãe, que vive em Mossoró, para morar com o pai, no Rio de Janeiro, porque ela estava ameaçada de perder a guarda da criança, já que não teria condições de mandá-lo para a escola. “Se estivesse em vigência a Renda Básica de Cidadania, muito provavelmente não teria ocorrido essa situação tão difícil que fez com que a mãe de Alex o mandasse para longe”, avaliou o senador.

A Renda Básica de Cidadania, lei aprovada por iniciativa de Suplicy, prevê que cada pessoa residente no Brasil, independentemente de sua condição social, receba uma quantia em dinheiro, assegurando que todos os cidadãos tenham atendidas as suas necessidades básicas. 

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