A manifestação de indignação de um cidadão assistida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o inquietou a ponto de ser o objeto principal do seu discurso desta quarta-feira (02/04). No plenário do Senado, o parlamentar relatou que, enquanto pagava a conta do jantar da noite passada, foi procurado por um homem – cujo nome não quis informar –, que lhe falou, com a voz empostada, “do descrédito de todos os políticos brasileiros porque não agüentava mais saber de tanto roubo, desvio de dinheiro e corrupção”.
Ao analisar o ocorrido, Suplicy disse que percebeu que este homem representava a o sentimento de muitas pessoas e decidiu destacar sua atuação em prol da moralização da política. O petista observou que sempre foi um ávido defensor da transparência em todas as ações da administração pública.
“Sempre fui favorável à inteira divulgação dos valores pagos a servidores e senadores, na forma de remuneração, e das ações de licitações e contratações. E no que diz respeito à remuneração dos parlamentares, defendi o corte do 14º e 15º salários. Também sou a favor do financiamento público de campanha e apresentei projetos de lei para garantir total transparência, em tempo real, das contribuições às campanhas políticas. Nesse sentido, quando uma pessoa fizesse uma contribuição, pessoa física ou jurídica, para um candidato, a qualquer cargo, isso seria registrado na rede mundial de computadores para imediato conhecimento das pessoas”, afirmou.
O senador ainda pediu “rigor” aos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar o esquema criminoso de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “É preciso adotar o máximo rigor possível e realizar um trabalho sério de apuração dos fatos e das responsabilidades”, sugeriu.
Catharine Rocha
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