Rogério Carvalho (PT-SE), primeiro-secretário do Senado, afirmou na última terça-feira (14) que o Brasil precisa coibir a prática de corrupção, inclusive, a praticada por magistrados no exercício da função deturpando, assim, a função do Poder Judiciário.
A manifestação do parlamentar foi feita durante discurso do senador Sergio Moro (União-PR) que louvava as benfeitorias da operação Lava Jato sem citar seus prejuízos ao Brasil e as ilegalidades praticadas por ele à frente da investigação, como o conluio com o ex-procurador Deltan Dallagnol.
“Me parece que houve um caso de corrupção ao julgar o presidente Lula. Portanto, isso também precisa ser avaliado, precisa ser escaneado, porque esse tipo de prática do Judiciário nunca mais este país pode viver”, declarou Rogério, destacando a anulação de todas as condenações proferidas contra o presidente Lula.
Na avaliação do parlamentar, foi justamente a “aventura autoritária” e ilegal comandada por Sergio Moro que culminou nos ataques terroristas do último 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. O ato antidemocrático, na avaliação de Rogério Carvalho, foi consequência da atuação criminosa de um juiz na perseguição a líderes políticos e à política.
“Não podemos criminalizar a política, porque a consequência da criminalização da política é o autoritarismo. O que pretenderam fazer no Brasil no dia 8 de janeiro foi um golpe urdido e que tem o seu nascedouro na prática incomum e deletéria do Judiciário ou de membros do Judiciário contra a democracia e contra o Estado democrático de direito”, apontou.
Além disso, o senador lembrou os prejuízos econômicos causados pela operação Lava Jato ao Brasil. No dia 24 de junho de 2021, o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná anunciou que a operação Lava Jato havia atingido a marca de R$ 6 bilhões devolvidos aos cofres públicos por meio de acordos de leniência e delações premiadas.
O valor atualizado, no entanto, não representa nem 5% do prejuízo que a própria Lava Jato pode ter causado à economia do país.
O rombo é calculado em aproximadamente R$ 153 bilhões, mais de 25 vezes o valor recuperado, segundo estudos feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
“O senhor destruiu milhares de empregos. Julgou e todos os processos que vossa excelência julgou foram anulados. Isso gerou a cassação dos direitos políticos de um presidente. O senhor virou ministro do [então] presidente que ganhou a eleição. Isso não é corrupção?!”, questionou Rogério Carvalho.