Tombini: recuperação do PIB no 3º trimestre pode surpreender

Segundo o presidente do BC, a inflação está convergindo para o centro da meta.

Tombini: recuperação do PIB no 3º trimestre pode surpreender

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O País é seguro para receber investimentos
estrangeiros

Ao falar nesta quinta-feira (03) no Brazil Economic Outlook, encontro com investidores do mercado financeiro londrino, na City of London, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que o crescimento da economia brasileira no terceiro trimestre poderá surpreender, não sendo tão fraco como alguns analistas estavam prevendo.

Tombini praticamente afirmou aos londrinos que a inflação está convergindo para o centro da meta, disse o presidente do BC, ao mostrar que a pressão dos preços dos alimentos foi contida, mas cuja elevação sempre ocorre no começo do ano.

Num gráfico apresentado, Tombini citou o relatório Focus que é feito por consultorias econômicas privadas que indica a possibilidade de o IPCA fechar este ano em 5,8%, mas outros medidores da inflação, como o IPC Fipe semanal ou mensal (IPC-M) apontam uma variação anualizada de 4,58% e 5,37%, respectivamente, abaixo do teto da meta de inflação que é de 6,5%.

Curiosidade

A agência de classificação de risco Moody’s divulgou ontem à noite, na véspera da apresentação do presidente do BC na city londrina, sua decisão de reduzir a perspectiva de crédito do Brasil de “positiva” para estável. Essa agência citou o fraco crescimento da economia brasileira, já que as “consultorias” apontam que o PIB deverá crescer este ano 2,5% e não 2,7% como se previa há três meses.

Mas Tombini refutou a redução da perspectiva da nota (rating) porque ela permanece estável e o Brasil mantém a classificação de “grau de investimento”, ou seja, o País é seguro para receber investimentos estrangeiros.

Em relação à nota da Moody’s, que não deverá ser interpretada pelos analistas econômicos brasileiros com a devida transparência, ou seja, sem questionar a agência, o curioso diz respeito à justificativa dada ao baixar a nota de Baa1 para Baa2: a economia não deve crescer muito por um período longo, algo em torno de 2% entre 2013 e 2014, e devido à deterioração da dívida em relação ao Produto Interno Bruto.

Na apresentação de Tombini em Londres, a previsão de crescimento é de 2,5% para este ano e de 3,2% para o ano que vem. Note que ele disse que no terceiro trimestre a economia vai surpreender. Em sua apresentação, por exemplo, mostra que a economia cresceu 0,6% no primeiro quadrimestre deste ano e 1,5% no segundo, projetando um ritmo anualizado acima de 4%. A economia londrina, por sua vez, cresceu 0,3% e 0,7% em igual período, respectivamente.

Quanto à relação dívida/PIB, ela está próxima de 30%. É bom lembrar que o ex-presidente Lula herdou o País com uma relação dívida/PIB de quase 64%. Portanto, quanto menor é a dívida/PIB, maior é a solvência do país. Além disso, Tombini mostrou, como havia mostrado no Senado, que as reservas internacionais do Brasil estão em US$ 376 bilhões e os investimentos estrangeiros estão chegando em maior quantidade do que qualquer outro país latino. Neste ano devem ingressar mais de US$ 60 bilhões.

Na prática, pode existir certo “frisson” ou especulação no mercado financeiro local por causa dessa nota, mas olhando o todo, o Brasil continua sendo uma referência para o mundo, é a bola da vez. Só em investimentos em infraestrutura, em portos, aeroportos, estradas, ferrovias e em energia, os projetos superam mais de R$ 500 bilhões. Se a economia estivesse ruim, a Petrobrás não teria feito uma captação recorde de recursos no mercado financeiro mundial, em menos de 15 minutos, assim como a taxa de desemprego não estaria no menor nível da história, em 5,3%, praticamente em pleno emprego.

Marcello Antunes

Confira a apresentação, em inglês, do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini


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