O presidente do Banco Central, ministro Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (10), em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que, após cinco anos do pior momento da crise financeira mundial, alguns sinais positivos apontam para uma “luz no final do túnel”, já que o processo de normalização das condições financeiras está em curso principalmente na economia norte-americana. “O Brasil está preparado para atravessar esse período e o Banco Central está adotando as providências para assegurar a manutenção da estabilidade do sistema financeiro e da economia”, disse ele, praticamente repetindo o discurso que fez na semana passada durante almoço de fim de ano na Febraban.
Tombini disse que, mesmo com uma contração da economia no terceiro trimestre deste ano – o PIB ficou em -0,5%, o cenário é de recuperação do crescimento porque os fatores de sustentação da demanda doméstica continuam presentes; a taxa de desemprego permanece em níveis historicamente baixos e há criação de novos postos de trabalho. Ao mesmo tempo, o crédito continua em expansão e de forma sustentável. “Observamos nos últimos meses a redução da inadimplência e do comprometimento da renda das famílias. A consolidação do crescimento para os próximos semestres em bases sustentáveis depende ainda do fortalecimento da confiança das famílias e dos empresários, que já mostra recuperação”, disse.
O presidente do BC considerou positivo o resultado dos leilões de concessão de serviços públicos – rodovias e aeroportos -, confirmando o forte interesse de investidores estrangeiros por essas oportunidades de negócio. “O resultado demonstra a atratividade da economia brasileira e a confiança desses investidores no potencial de crescimento do Brasil nos próximos anos”, afirmou.
Sobre a inflação, Tombini disse que o BC tem atuado para que ocorra a convergência do índice para o centro da meta, que é de 4,5%. Na semana passada, o BC projetou que a inflação medida pelo IPCA tende a fechar este ano em 5,82%. No primeiro trimestre, lembrou, fatores climáticos pressionaram os preços dos alimentos e o efeito foi diluído. “De junho a outubro a inflação entrou numa trajetória de queda, recuando 92 pontos base”, explicou.
Marcello Antunes
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