A Transparência Internacional repudiou, em nota publicada na noite dessa quarta-feira (5), apoio do ex-juiz incompetente e ex-ministro do atual governo, Sergio Moro, e do ex-procurador que combinava provas, Deltan Dallagnol, à reeleição de Bolsonaro, usurpando a pauta do combate à corrupção e ligando-o a um governo repleto de denúncias de práticas ilícitas.
De acordo com a entidade, que atua no combate à corrupção, associar a luta ao apoio a Bolsonaro é “prestar desserviço à causa e desvirtuar o que ela fundamentalmente representa”.
“Desde 2019, a Transparência Internacional vem documentando e denunciando inúmeros episódios de corrupção no governo Bolsonaro e as vastas evidências de crimes cometidos pelo próprio Presidente da República e seus familiares”, diz a entidade.
A organização ainda lembre que denunciou ao mundo o desmanche e aparelhamento do governo Bolsonaro em instituições contra corrupção que o Brasil demorou anos para construir e estruturar. Parte dessas instituições, inclusive, criadas ou fortalecidas pelos governos do PT.
“Um dos governos mais corruptos da história sendo apoiado com a justificativa de combate a corrupção. Eis a ironia. [Sergio] Moro e [Deltan] Dallagnol estão no centro de um escândalo que levou à prisão sem provas do então líder das pesquisas para o pleito de 2018. Eles todos se merecem. Quem não os merece é o Brasil. Mas está próximo desse pesadelo acabar para o povo”, disse o senador Paulo Rocha (PA), líder do PT no Senado.
A Transparência Internacional também afirmou que o governo Bolsonaro “comprou” o Congresso Nacional através do orçamento secreto e da aliança com o centrão com o intuito de “neutralizar o controle social”.
“Promoveu-se um retrocesso sem precedentes na transparência e no acesso à informação pública, o desmantelamento dos espaços institucionalizados de participação e a deterioração do espaço cívico, com a difusão de desinformação e discurso de ódio”, destaca trecho da nota da entidade.