A provável última semana de depoimentos da CPI da Covid pretende encerrar as investigações relacionadas aos casos VTCLog e Prevent Senior. Nesta terça-feira (5), o colegiado ouve um dos sócios da VTCLog, Raimundo Nonato Brasil.
A empresa de logística é investigada pelo colegiado por fazer supostos repasses a parlamentares do PP, partido do líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), como pagamento de propina por contratos da companhia com o Ministério da Saúde.
A VTCLog presta serviços ao Ministério da Saúde desde 2018, durante o governo Michel Temer, quando o ministro era justamente Ricardo Barros. O deputado já se encontra na condição de investigado pela CPI pelas evidências de envolvimento no escândalo da compra da vacina indiana Covaxin, que custaria R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos.
Nos dias seguintes, a expectativa é que a CPI conclua as investigações acerca do caso Prevent Senior, que chocou o Brasil nas últimas semanas. Na quarta-feira, deve ser ouvido o diretor-presidente da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), Paulo Rebello.
Já na quinta-feira, caso não ocorra nenhuma mudança na agenda do colegiado, devem ser ouvidos ex-médicos da operadora responsáveis pela denúncia de que a empresa pressionava médicos a prescreverem medicamentos ineficazes e, até mesmo, realizarem tratamentos experimentais em pacientes de Covid-19.
Queiroga retorna ao Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, enfim retornou ao Brasil após passar pelo período de quarentena nos Estados Unidos por ter contraído Covid-19 na comitiva de Jair Bolsonaro que foi discursar na Assembleia Geral da ONU.
Com a chegada do ministro ao país, a cúpula da CPI deve se reunir para definir se marcará uma data para o terceiro depoimento de Queiroga antes da entrega do relatório final da CPI, previsto para o dia 19 de outubro.
CPI já obteve importantes vitórias
O senador Humberto Costa (PT-PE), membro titular da CPI, elencou nas suas redes sociais importantes vitórias obtidas pela comissão desde a sua criação. Para ele, o colegiado foi responsável por acelerar o processo de vacinação no Brasil, combater o negacionismo científico, impedir a corrupção na compra de vacinas, em especial na compra da indiana Covaxin, além do esquema “macabro” nos hospitais da Prevent Senior.
“A vacina só chegou porque o povo pressionou. O povo pediu vacina no braço acreditando na ciência e não nesse governo. Bolsonaro e seus aliados sempre foram contra a vacina. [A CPI] descobriu uma verdadeira rede suja, com diversos operadores, atuando nos porões do Ministério da Saúde”, apontou o senador.