Unasul se reúne nesta quinta-feira para discutir caso Evo Morales

A União de Nações Sulamericanas (Unasul) se reúne nesta quinta-feira (04) na cidade de Cochabamba na Bolívia, para discutir o incidente envolvendo o avião que transportava o presidente Evo Morales e foi proibido de sobrevoar e pousar em diversos países europeus. O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, confirmou que os presidentes Ollanta Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai), Rafael Correa (Equador), Nicolás Maduro (Venezuela) e Dési Bouterse (Suriname), além de Morales, estarão presentes. O Brasil será representado pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo dos Santos.

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que o objetivo da reunião é aprovar um desagravo a Morales e registrar o “abuso imperial” que desencadeou o sequestro do presidente. A reunião foi convocada a pedido de Correa, do Equador. A convocação extraordinária é uma resposta coletiva à proibição do avião de Morales de sobrevoar e aterrissar em quatro países europeus. A Unasul é formada por 12 países, mas o Paraguai está suspenso temporariamente.

Na terça-feira (2), o avião de Morales foi proibido de ingressar no espaço aéreo de Portugal, da França, Itália e Espanha porque havia suspeitas de que o ex-agente norte-americano Edward Snowden estivesse a bordo. Morales foi obrigado a desviar a rota e aguardar em Viena, na Áustria, autorização para seguir viagem.

Nos Estados Unidos, Snowden é acusado de espionagem e está na Rússia esperando a concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há ainda informações de que comunicações da União Europeia foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo a 21 países, inclusive ao Brasil.

Os presidentes Dilma Rousseff, Humala (Peru), Cristina Kirchner (Argentina), Mujica (Uruguai) e Correa (Equador) prestaram solidariedade a Morales. Nas declarações, eles consideraram os atos dos governos europeus uma violação à América Latina.

A reunião tem o objetivo de reparação. “Nos sentimos agredidos, insultados, maltratados pelo abuso imperial com o sequestro de Evo e essa reunião é de reparação à América Latina que se sentiu abusada com esse ato insólito”, afirmou o presidente em exercício da Bolívia, García Linera. Ele classificou o episódio como “uma tentativa de amedrontamento e repressão dos povos do mundo, a soberania e a dignidade”.

A Unasul também criticou a retenção, na Áustria, por mais de dez horas, da aeronave presidencial boliviana. A proibição ocorreu em meio às suspeitas de que Morales transportava Edward Snowden, ex-analista da CIA procurado pelos Estados Unidos por vazar informações sigilosas.

Com informações das agências de notícias
 

Leia mais:

PT rechaça tratamento dado a Evo Morales na Europa
 

Comissão do Congresso repudia agressão a Evo Morales
 

Paim considera “inaceitável” incidente com Morales


Dilma repudia constrangimento a Morales e exige desculpas de europeus

To top