Na esteira das medidas macroeconômicas adotadas pelo governo Lula para aquecer a atividade, o comércio varejista apresentou fortes sinais de recuperação no primeiro ano do governo Lula. De acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (14/3), no mês de janeiro, o setor cresceu 4,1,% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em janeiro, o comércio subiu 2,5% sobre o mês anterior. Trata-se da maior alta desde setembro, quando houve um aumento de 0,8%. Em dezembro, a atividade sofreu queda de 1,4%.
O IBGE informa que o crescimento no comparativo de janeiro de 2023 a 2024 foi influenciado por seis dos oito setores do varejo restrito: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (7,1%), hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,4%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (4,3%), tecidos, vestuário e calçados (0,7%), combustíveis e lubrificantes (0,6%) e móveis e eletrodomésticos (0,3%).
“Nessa perspectiva de longo prazo, fica mais evidente a relação com a queda na taxa básica de juros, que causou a expansão do crédito, ainda que de forma lenta”, aponta Cristiano Santos, gerente da pesquisa, em declaração à Agência de Notícias do IBGE. “Outro fator é o aumento da população ocupada e da massa de rendimento, que também impactou esse crescimento de 4,1% no ano”, observa o pesquisador.
Patamar acima do período pré-pandemia
Em janeiro, o varejo ficou 5,7% acima do patamar antes da pandemia, em fevereiro de 2020. O instituto informa que cinco das oito atividades pesquisadas subiram no início do ano. O destaque foi para tecidos, vestuário e calçados (8,5%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (6,1%).
“Setorialmente, os resultados vieram com muita amplitude de crescimento em setores que tiveram queda grande no Natal, depois de concentrar as vendas na Black Friday”, destaca Santos.
Mercados e alimentos têm bom desempenho
Ainda de acordo com o IBGE, janeiro foi um mês positivo para o setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que registros um crescimento de 0,9%. O segmento é considerado o de maior peso na pesquisa (55,5%), e está no terceiro mês seguido com bom desempenho.
“Há uma influência do componente inflacionário e também do maior consumo das famílias, especialmente de alimentos e bebidas”, aponta Santos, destacando que, no mês de janeiro, o setor ficou 9,9% acima do patamar pré-pandemia.