Viana busca ajuda federal para garantir abastecimento no Acre

Em audiência na Casa Civil, senador petista pede mais homens e equipamentos para desobstruir BR-364


Os senadores Jorge Viana e Aníbal Diniz
reuniram-se com o ministro Mercadante
para garantir providências contra os
estragos da cheia do Rio Madeira

O senador Jorge Viana (PT-AC) voltou a ocupar a tribuna, na tarde desta terça-feira (1) para manifestar preocupação e alertar para as graves consequências para os estados amazônicos acarretadas pela cheia sem precedentes do Rio Madeira. Ele esteve em Rondônia, na semana passada, “Conversei com com caminhoneiros que estavam há uma semana, dez dias, sem poder nem voltar nem seguir viagem rumo ao Acre”, narrou o senador. O nível do Rio Madeira atingiu 19,71 metros, “algo inimaginável” para um curso d’água que o quarto mais veloz do País e o décimo mais veloz do mundo. “No momento, temos lá um volume de água equivalente a 50 rios São Francisco”, afirmou Viana.

A BR-364, praticamente a única ligação terrestre do Acre com o resto do País, permanece intransitável. A estrada, por onde passavam mais de sete mil carretas de mercadorias, destinadas ao abastecimento do estado, chega a ficar dias sem dar passagem a qualquer veículo pesado. “Ontem [segunda-feira, 31/3] passaram 18 carretas, depois de quase cinco dias sem passar carro nenhum”, contou Jorge Viana. Nesta terça-feira, a expectativa era conseguir fazer passar 20 carretas. “Mas isso requer uma operação de guerra, com equipamento pesado, funcionários do governo do Acre, bombeiros do Acre, atuando no estado de Rondônia, para fazer o esforço necessário para que o isolamento do Acre não seja total e absoluto”.

Logo após o pronunciamento, Viana seguiu com os demais representantes do Acre na Câmara e no Senado para uma audiência com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com o ministro dos Transportes, César Borges, e o Diretor Geral do DNIT, Jorge Ernesto Pinto Fraxe. No encontro, os parlamentares vão apresentar uma série de reivindicações, como o envio de equipamentos pesados e funcionários da Defesa Civil para auxiliar nos trabalhos na BR-364.

 
“Tem uma lâmina d’água de 1,70 metros acima do leito da estrada. Certamente, o desastre vai ser muito grande rio abaixo, no baixo e médio Amazonas. Vai ser uma tragédia se o governo federal não se antecipar”, afirmou o senador, destacando que, no Acre, “a situação só não é mais grave por conta das medidas que estão sendo adotadas pelo governo do estado”.  Ele afirmou que há escassez de produtos de primeira necessidade na capital, Rio Branco, além do racionamento de energia e combustível. Cinco milhões de litros de gasolina estão sendo trazidos do Peru pelo governo estadual para minorar as dificuldades. 

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