Viana: depois das pautas bombas, acho que teremos que apreciar no Senado um estatuto do armamento no BrasilApós a aprovação de um projeto, em comissão especial da Câmara, que praticamente revoga o Estatuto do Desarmamento, o senador Jorge Viana (PT-AC) protestou duramente contra a possibilidade desse texto seguir adiante. A proposta, basicamente, afrouxa as regras para o porte e a compra de armas de fogo no Brasil.
“Eu acho que, depois das pautas bombas, agora, nós vamos ter que apreciar, em breve, aqui [no Senado], um estatuto do armamento no Brasil”, criticou Viana, nesta quarta-feira (28), do plenário do Senado.
Viana manifestou indignação com o texto, que reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de arma; permite que o porte de arma nas ruas; acaba com a exigência de que, para portar arma, a pessoa não possa ter antecedentes criminais; aumenta o número de munições de 50 por ano para 600 por ano para cada arma e reduz a pena pelo comércio ilegal (de 4 a 8 anos de reclusão, para de 3 a 7 anos).
Para o petista, a decisão é absurda, uma vez que, na última década, morreram 880 mil pessoas vítimas de armas de fogo no Brasil. “Como se isso fosse a solução. O mundo inteiro está restringindo o uso de arma: a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido, Argentina e aqui no Brasil nós estamos ampliando, facilitando a aquisição de arma de fogo, apesar de termos um crescente número de vítimas. Mais de 20 pessoas para cada grupo de 100 mil morrem por ano no Brasil por conta do uso de arma de fogo por crimes” lamentou.
Além das críticas, Viana pediu apoio dos colegas para barrar a aprovação do projeto no Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros – além de outros senadores, entre eles alguns da oposição, também se declararam contrários ao texto aprovado na Câmara. “Esse texto não passará, não será aprovado pelo Senado”, prometeu Renan.
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