Viana propõe debate sobre fontes de financiamento para eliminar os lixões

Viana propõe debate sobre fontes de financiamento para eliminar os lixões

Viana: “Mais ou menos dez bilhões de toneladas de lixo são produzidas, por ano, no mundo”A Lei de Resíduos Sólidos estabelecia como meta a eliminação total dos lixões até 2014. Em setembro de 2015, porém, mais da metade dos municípios brasileiros não conseguiu eliminar totalmente os depósitos a céu aberto porque não teve recursos para isso. Os dados são do senador Jorge Viana (PT-AC) e foram apresentados nesta terça-feira (15), em pronunciamento ao plenário.

Viana apontou a disparidade entre o número de unidades de tratamento e lixões em todo o País. Região por região, os aterros sanitários ganham em número, prejudicando o meio ambiente, a saúde da população e a própria noção de civilidade, reclamou o senador.

Ele contou que mais ou menos dez bilhões de toneladas de lixo são produzidas, por ano, no mundo. “Nós todos temos uma produção média, aqui no Brasil, de um pouco mais de 1kg de lixo, de resíduos, por dia. O Brasil é o quinto país do mundo na produção de resíduos, de lixo”, informou. 

Viana pediu a realização de uma audiência pública no Senado para debater o problema da falta de recursos nos municípios e a questão social que envolve toda a discussão. No Brasil, muita gente ainda vive de revirar os lixões e do que consegue retirar dele. “Nós temos milhões de pessoas no mundo que dependem, para sobreviver, de catar lixo”, enfatizou.

Um exemplo, segundo ele, é o que acontece no Distrito Federal, onde ainda existe, a 15 quilômetros da sede da praça dos Três Poderes, o maior lixão da América Latina.  “É uma situação degradante de pessoas que ali tentam buscar sua sobrevivência, e nada acontece para mudar essa realidade”, lamentou, reforçando que quase três mil pessoas trabalham no local e apenas 2,5% do total ali depositado é reciclado.

Para o senador, a falta de recursos para eliminar os aterros revela muito mais a dificuldade de gestão que propriamente cofres vazios. “Porque entendi que se você faz a boa gestão do dinheiro público, você tem recursos para investimentos, você pode realizar obras importantes para a população”, cutucou.

Ele sugeriu uma ação coordenada para a preparação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, envolvendo os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) e lembrou que somos um dos países que mais avançou na reciclagem de material. “Em material PET, por exemplo, o Brasil é um exemplo para o mundo inteiro. Já estamos fazendo isso. E isso estimulou muito a ação de organizações da sociedade que trabalham com reciclagem, mas isso ficou restrito a algumas regiões do País. Pode e deve avançar muito mais se tivermos um plano, uma estratégia estabelecida”, reforçou. 

 

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