Viana quer que parlamentares deem respostas rápidas “à voz das ruas”

Para vice-presidente do Senado, a única chance de reverter a opinião negativa sobre o Parlamento é apresentar uma agenda

“Não dá para querer que a sociedade funcione
sem partidos”

O Congresso precisa se reunir e dar uma resposta imediata às demandas que surgiram e se consolidaram nos últimos dias, durante as manifestações que se alastraram pelo País.  Essa, segundo o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), é a única maneira de o Legislativo retomar seu prestígio junto à sociedade. “O que estamos fazendo aqui nesse Parlamento, apenas discursos? Nós precisamos nos reunir para dar uma satisfação à sociedade, para não sermos acusados de não termos feito a nossa parte, afirmou.

Viana colocou como prioridade a votação de uma reforma política “radical” capaz de ser ousada o suficiente para assegurar pontos que a sociedade definiu como prioritários – a mudança na estrutura dos partidos e uma nova conformação do financiamento de campanha que desmantele o que hoje está consolidado: o poderio econômico define as eleições. Ele também apelou para que a ética seja condição para a atuação política.

Dirigindo-se ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que defendeu o fim dos partidos, porque entende que eles não representam a sociedade, Viana disse que é essencial fortalecer os partidos. “Não dá para querer que a sociedade funcione sem partidos”, enfatizou. O senador petista admitiu, porém, a existência de candidaturas avulsas.

Zona de conforto
Além da reforma política, Jorge Viana considera que são necessárias outras propostas capazes de unir as demandas da sociedade e a pauta do parlamento – especialmente o Senado. “Precisamos sair da nossa zona de conforto e descobrir por que não fizemos nada nos últimos dez dias”, provocou.

Ele defendeu uma reunião imediata de líderes e presidentes partidários, da Mesa do Congresso e dos parlamentares para definir uma agenda mínima que funcione como uma resposta às demandas da sociedade. “Uma reunião de emergência, para mudar a relação entre o cidadão e quem ocupa esse Parlamento, que ouça as demandas e defina o que podemos votar com urgência.

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  O diálogo entre todos os parlamentares
  é essencial “para que não percamos a
  oportunidade de ouvir a voz que vem das ruas”

Em aparte, o líder Wellington Dias (PI) esclareceu que o diálogo entre todos os parlamentares é essencial “para que não percamos a oportunidade de ouvir a voz que vem das ruas”. Ele disse que, já nessa terça-feira, uma série de encontros – da bancada e dos líderes no Senado – deve definir o que deve ser priorizado na pauta de votações e pode ser apreciado até o próximo dia 15 (quando as atividades do primeiro semestre legislativo devem se encerrar) e o que deve ser apreciado no segundo semestre.

“Então, amanhã é um dia muito importante, porque poderemos discutir e definir uma agenda que atenda ao clamor das ruas e não apenas os acordos feitos dentro dessa Casa”, encerrou Viana.

Viana ainda defendeu uma “reforma política radical”, que incluiria até a possibilidade de redução do número de parlamentares e o financiamento público de campanha. “Estamos esperando o quê? O parlamento precisa aproveitar o momento para discutir agora uma reforma política radical”, disse. “O Congresso tem que sair da zona de conforto para se reunir e construir uma agenda mínima”.

Giselle Chassot

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