Um ano após o registro do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, a população vive uma tragédia sem precedentes na história recente, com a perda de mais de 250 mil vidas brasileiras. A negligência e o negacionismo de Jair Bolsonaro deixam um doloroso saldo que equivale a cinco vezes as vítimas da Guerra do Paraguai. O conflito durou seis anos.
Nessa quarta-feira (24), o Brasil registrou 250.036 óbitos. Em um dia, o país perdeu 1.390 vidas e registrou a terceira maior média móvel desde o surgimento da doença. E o total de vítimas da pandemia no Brasil pode ser ainda maior, considerando a subnotificação e outros óbitos que ainda aguardam confirmação dos testes para a covid-19.
“Esse é o número que representa um governo genocida”, resumiu o senador Paulo Rocha (PA), líder do PT.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), Humberto Costa (PT-PE), lamentou o fato de Bolsonaro jamais ter prestado solidariedade às famílias que sofrem com a perda de entes queridos para a Covid-19.
“O presidente fez tudo para o vírus avançar a esse ponto fora de controle. Agora, luta contra as vacinas. É o governo da morte. Nosso lamento por cada vida perdida. Nossa solidariedade para cada família que sentiu essa dor irreparável. São 250 mil mortes confirmadas para esse vírus feroz. Nunca foi só uma gripezinha. Nunca”, disse o senador.
O senador Paulo Paim (PT-RS) demonstrou preocupação com o atual estágio da pandemia no País e a falta de estrutura para atender a demanda de pessoas que necessitam de atendimentos médicos em decorrência do agravamento da doença.
“A Covid-19 avança no Brasil. Mais de 250 mil mortes e mais de 10 milhões de casos. Faltam leitos nas UTIs. O governo se mostra ineficiente. Não há vacinas suficientes. Temos que ter coragem para aprovar o PL 12/2021 que prevê a quebra de patente de vacina. A medida daria acesso para milhões de brasileiros a vacina”, destacou.
Segundo o consórcio de veículos de imprensa, das dez maiores médias móveis de óbitos em toda a pandemia, seis foram registradas em 2021. Com a vacinação engatinhando e o aparecimento de novas cepas do vírus em várias regiões, o quadro deve piorar.
“O Brasil ultrapassa 250 mil mortes por Covid-19. A irresponsabilidade de Bolsonaro e do ministro da saúde, Eduardo Pazuello, nos levaram a esse ponto. A sociedade brasileira não suporta mais a incompetência do Governo”, criticou o senador Jean Paul Prates (PT-RN).
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) criticou o fato de o governo brasileiro ter adotado uma postura negacionista que permitiu ao vírus avançar pelo País sem que houvesse ações de combate à pandemia promovidas pela gestão Bolsonaro.
“Os números são de uma guerra. E o Brasil perdeu a batalha sem sequer lutar. O comandante da Nação se associou ao vírus: negou a pandemia, propagandeou uma falsa cura e recusou o único remédio que pode salvar, a vacina. Tudo isso é demasiado doloroso. Sentimentos aos familiares”, disse.
Processo de vacinação lento
Com o lento processo de vacinação contra a Covid-19 em andamento no País, a Fiocruz alertou que se não houver maior velocidade no processo de vacinação e mais doses disponíveis, a cobertura vacinal de 100% da população se encerrará em março de 2024.
Apesar das dificuldades encontradas até o momento, o ministro da Saúde afirmou em sabatina no Senado Federal que todos os brasileiros serão vacinados até dezembro deste ano.