Boate Kiss: CDH vai a Santa Maria acompanhar atuação do poder público

Os senadores querem saber que providências podem tomar para atender às famílias das vítimas.

Boate Kiss: CDH vai a Santa Maria acompanhar atuação do poder público

“Vamos visitar as autoridades locais, corpo
de bombeiros, judiciário e delegados que
estão à frente do processo, para dialogar
sobre esse tema que machucou a todos”

Quase um ano depois do incêndio que matou 242 pessoas e deixou 116 ficaram feridas, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) irá a Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para avaliar a atuação dos poderes públicos em relação à tragédia na Boate Kiss .Os senadores também querem saber que providências podem tomar para resolver a situação das famílias das vítimas e para assegurar a prevenção de novos acidentes da mesma natureza. Requerimento com esse objetivo foi aprovado nesta quarta-feira (4), pela comissão.

A visita da CDH a Santa Maria foi sugerida pela Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia durante audiência pública realizada segunda-feira (2). O incêndio na Boate Kiss aconteceu no dia 27 de janeiro deste ano, causado por sinalizador usado pela banda que se apresentava naquela noite.

“Vamos visitar as autoridades locais, corpo de bombeiros, judiciário e delegados que estão à frente do processo, para dialogar sobre esse tema que machucou a todos”, justificou o autor do requerimento, senado Paulo Paim.

incêndio na Boate Kiss

O incêndio

O fogo na Boate Kiss começou quando um integrante da banda que fazia show lançou um artefato pirotécnico, que atingiu a espuma altamente inflamável do teto da boate.Com apenas uma porta de entrada e saída disponível, os jovens tiveram dificuldade para deixar o local. Muitos foram pisoteados. A maioria dos mortos foi asfixiada pela fumaça tóxica, contendo cianeto, liberada pela queima da espuma.

O inquérito também constatou que o extintor de incêndio não funcionou no momento do início do fogo, que a Boate Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás, que o local estava superlotado e que a espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular. Além disso, segundo a polícia, as grades de contenção (guarda-corpos) existentes na boate atrapalharam e obstruíram a saída de vítimas, a boate tinha apenas uma porta de entrada e saída e não havia rotas adequadas e sinalizadas para a saída em casos de emergência – as portas apresentavam unidades de passagem em número inferior ao necessário e não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas.

Já no dia 2 de abril, o Ministério Público denunciou à Justiça oito pessoas – quatro por homicídios dolosos duplamente qualificados e tentativas de homicídio, e outras quatro por fraude e falso testemunho. A Promotoria apontou como responsáveis diretos pelas mortes os dois sócios da casa noturna, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o Kiko, e dois dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão.

Com informações da Agência Senado

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