Comissões

Aprovado calendário de debates para regulamentação da reforma tributária

Pelo cronograma, serão realizadas audiências públicas de 29 de outubro a 14 de novembro. Para o senador Beto Faro, é fundamental que proposta garanta tributação mais justa no país

Agência Senado

Aprovado calendário de debates para regulamentação da reforma tributária

Plano de trabalho apresentado pelo senador Eduardo Braga foi aprovado pela CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (23/10), o plano de trabalho do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre o projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024), com as regras para funcionamento do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

Pelo cronograma, serão realizadas audiências públicas de 29 de outubro a 14 de novembro.

Mais de 1.400 emendas à proposta foram apresentadas pelos senadores. De acordo com o relator, parte delas deve ser incorporada ao texto, o que vai exigir o retorno da matéria à Câmara dos Deputados. A expectativa do relator é concluir a votação do projeto até o final do ano nas duas Casas, mas para isso será necessário construir um texto de consenso. O acordo também precisa envolver o governo federal, segundo Braga.

Conquista histórica do povo: Câmara aprova regulamentação da reforma tributária

Na avaliação do senador Beto Faro (PA), líder do PT no Senado, é fundamental que o processo de regulamentação da reforma garanta uma tributação mais justa.

“A reforma tributária e a sua regulamentação são temas prioritários do governo Lula para que possamos mudar o país de patamar. Já aprovamos a proposta, a primeira do período democrático brasileiro, e agora pretendemos dialogar com o relator do projeto de regulamentação e com os demais senadores para que possamos garantir uma tributação mais justa para todos. É preciso que os mais ricos contribuam mais e o peso seja retirado dos cidadãos mais pobres. Essa é uma bandeira histórica do nosso partido”, disse o líder.

Durante a discussão do calendário na CCJ, o senador Izalci Lucas (PL-DF) solicitou que a proposta fosse discutida também na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A ideia, no entanto, foi criticada pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), já que poderia atrasar o calendário de debates sobre o tema.

“O Senado precisa ter responsabilidade com o tempo. O próprio líder [do governo] Jaques Wagner disse que aqui incorporará os trabalhos da CAE. Com todo respeito à solicitação, acho totalmente inoportuno e desnecessário. Os membros [da CAE] podem participar [dos debates na CCJ], mas temos que dar uma resposta para a população e para a economia brasileira”, disse Contarato.

Regulamentação da Reforma Tributária vai gerar renda ao povo brasileiro

Calendário de audiências públicas na CCJ

29/10 – Novos tributos incidentes sobre o consumo e reorganização da economia nacional

30/10 – Impacto no setor produtivo

31/10 – Impacto social e regimes diferenciados

04/11 – Impacto na saúde: serviços, planos individuais e coletivos, medicamentos, dispositivos médicos e dispositivos para pessoas com deficiência

05/11 – Regimes específicos para serviços financeiros

06/11 – Demais regimes específicos

07/11 – Infraestrutura, energia, telecomunicações e setor imobiliário

11/11 – Simples nacional e Zona Franca de Manaus

12/11 – Imposto seletivo

13/11 – Fundo de compensação de benefícios fiscais e o novo modelo de desenvolvimento regional

14/11 – Regras de transição, fiscalização e avaliação quinquenal

Reforma tributária

A reforma tributária foi promulgada em dezembro do ano passado como Emenda Constitucional 132. O texto unifica cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — em uma cobrança única, dividida entre os níveis federal (Contribuição sobre Bens e Serviços — CBS) e estadual/municipal (Imposto sobre Bens e Serviços — IBS).

A mudança é resultado da proposta de emenda à Constituição (PEC 45/2019), que também foi relatada pelo senador Eduardo Braga.

Em abril deste ano, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional o PLP 68/2024, que regulamenta a reforma tributária. O texto foi aprovado em julho pela Câmara dos Deputados e encaminhada ao Senado.

To top