A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira decidiu pedir ao Ministério Público Federal em Goiás que requeira ao Poder Judiciário o sequestro dos bens da organização comandada por Carlinhos Cachoeira. A decisão foi tomada após o jornal Correio Braziliense ter denunciado que integrantes da quadrilha tentavam negociar os bens da organização. O valor total do patrimônio chega a R$ 150 milhões.
Os integrantes da CPMI entenderam que ao se desfazer dos bens, o contraventor e seu grupo poderiam estar tentando fazer caixa para fugir do País. Por isso, além do bloqueio dos bens, pediram também a retenção dos passaportes de vários dos envolvidos nas investigações. Os bens relacionados pertencem a pessoas e empresas ligadas à organização. No total, são cerca de 30 investigados que tiveram os bens listados pela CPI, entre eles integrantes da organização e parentes de Cachoeira.
Entre os bens relacionados no requerimento ao Ministério Público está uma fazenda no valor de R$ 20 milhões em nome da atual mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça. No nome da ex-esposa de Cachoeira, Andrea Aprígio, há diversos imóveis, como casas, apartamentos, terrenos e fazendas, no valor total de mais de R$ 16 milhões, além de uma aeronave avaliada em R$ 750 mil. Já no nome do principal investigado, Carlinhos Cachoeira, há apenas um terreno no valor de R$ 1,5 milhão. Além disso, ele aparece como proprietário de uma fazenda de R$ 17,5 milhões, em sociedade com outras pessoas.
“Essas são as medidas que imediatamente a CPMI está tomando. Temos que tomar uma providência e é buscando dar uma resposta à sociedade de que estamos aqui” afirmou o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
Segundo o presidente, a comissão já havia pedido, em maio deste ano, o bloqueio dos bens de Carlinhos Cachoeira e de outros suspeitos de fazer parte da organização. Os bens foram bloqueados pela Justiça, mas a decisão foi revertida em segunda instância. Agora, a lista foi atualizada pela comissão, com novos dados fornecidos pela Polícia Federal.
Os dados serão compartilhados com o Ministério Público, que já forneceu à CPI uma lista das empresas em relação às quais há mais preocupação. O objetivo da CPI, segundo o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), é dar publicidade à lista para evitar a venda dos bens, além de garantir uma decisão liminar que seja mantida após o julgamento do mérito. “Esse compartilhamento antecipado, antes do fim do prazo regimental da CPI, é muito importante porque garante o sequestro dos bens”, afirmou. Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), é importante garantir que os bens fiquem congelados até que a ação transite em julgado, para que o estado tenha a possibilidade de reaver valores obtidos ilegalmente.
Quanto aos passaportes, a CPI espera que a Justiça determine um prazo para que todos os denunciados na ação penal decorrente da Operação Monte Carlo,
Segundo Vital do Rêgo, ainda não há data marcada para a próxima reunião da CPI, que só deve ocorrer após as eleições municipais de outubro.
Com informações da Agência Senado
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