Com Maria Regina Sousa, bancada do PT em 2015 terá uma militante de verdade

Maria Regina Sousa, que vai ocupar a cadeira de Wellington Dias, participa da vida política do País há 50 anosAo contrário da maioria dos suplentes de senadores, que não costumam ter uma  história política para contar, a senadora Maria Regina Sousa, que assumirá a cadeira do governador eleito do Piauí, senador Wellington Dias, é o que se pode chamar de uma autêntica militante.

Ainda menina, no campo, onde os pais e os onze irmãos trabalhavam numa terra que sequer era sua, a menina Maria Regina viu crescer as Ligas Camponesas. A consciência política, despertada por um tio que atuava no movimento, se consolidou e acompanhou toda a trajetória de vida da mulher  forte, de 64 anos, que dedica seus dias a defender direitos que considera fundamentais, como o acesso à educação, a defesa dos direitos humanos, a justiça social e a atenção com o meio ambiente.

Aos catorze anos, a menina pegou a estrada pela primeira vez, para desbravar o mundo. Deixou o campo da cidade de União, no noroeste piauiense, às margens do rio Parnaíba, na fronteira com o estado do Maranhão, com cerca de 43 mil habitantes, em busca de uma escola melhor. Foi para Parnaíba, no litoral piauiense, segunda maior cidade do estado. Maria Regina seguia o mesmo rumo dos irmãos, obedecendo à orientação paterna de garantir educação para a criançada.

Na universidade, ela descobriu o movimento estudantil em plena ditadura militar, dando início ao seu processo de consciência política. Anos depois, já formada em Letras, tornou-se professora, primeiro do ensino fundamental, depois no ensino médio e na universidade, nas áreas de Língua Portuguesa e Francesa.

Nos anos 80, já funcionária do Banco do Brasil, mergulhou na atividade sindical, onde conheceu seu grande  parceiro político, Wellington Dias. Foi, presidenta do sindicato e começou a organizar a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no estado. Mais tarde, foi dirigente da CUT Nacional

Sempre ao lado de Wellington, tornou-se presidenta do PT e coordenou as campanhas do amigo até tornar-se secretária de administração do governo do Piauí.

Ela gosta de se definir como uma militante mais executiva do que parlamentar. “Nunca fui candidata a cargo Legislativo”, conta. Ela diz também que gosta de atuar nos bastidores e que nunca ficou sob os holofotes. “Não tenho experiência parlamentar”, admite.

Na semana que vem, a futura senadora pretende visitar seu novo “posto de serviço”. Virá a Brasília para começar a se familiarizar com a nova função. Mas, dedicada à função que vai ocupar a partir do próximo ano, já se dedica ao estudo diário do Regimento – que é uma espécie de manual de como funciona o Senado e o Poder Legislativo.

Regina garante que não vai se afastar da militância e que não pretende abdicar da tarefa de sua vida: percorrer o estado conversando com as pessoas, conhecendo de perto suas necessidades e acompanhando o crescimento de cada um.

A bancada pode esperar por uma mulher atuante, decidida, valente. Essa é a garantia dada pelo seu velho parceiro de luta que deixa o Senado para ser governador do estado do Piauí.

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