Paulo Rocha defende a democracia para resolução de crises no País

Paulo: só quem não viveu durante a ditadura pode advogar uma posição golpista e tão retrógrada para o nosso povoEm discurso ao plenário, nesta quinta-feira (9), o senador Paulo Rocha (PT-PA) lembrou dois atos no estado do Pará lembrando os 51 anos do golpe militar no Brasil. “Considero da maior importância a realização desses eventos para manter viva, na memória da juventude, a triste experiência da ruptura da democracia de nosso País, sobretudo no momento em que algumas pessoas e alguns setores defendem a volta de um regime autoritário”, disse o parlamentar.

 

Segundo o senador, só quem não viveu durante o período ditatorial (entre 1964 e 1985) “pode advogar uma posição golpista e tão retrógrada para nosso povo”.

 

 

“Acho que o ambiente para se solucionarem as crises, quer seja a crise política, quer seja a crise econômica, para o nosso País, é a democracia que nós conquistamos”, afirmou Paulo Rocha.

 

Os eventos de memória ao regime militar foram promovidos pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Comissão da Verdade do Estado. Paulo Rocha aproveitou para manifestar solidariedade a todos os professores, funcionários e alunos da UFPA que foram perseguidos pelo regime totalitário.

 

 

“Aos professores e funcionários levados de suas carreiras, alguns impedidos até mesmo de ingressar na universidade, apesar de aprovados em concursos públicos, e aos estudantes que conviveram com o medo e ameaças e até morte, como foi o caso do jovem César Moraes Leite, assassinado dentro do campus da mais antiga universidade pública da Amazônia, em Belém do Pará, em 10 de março de 1980”, enumerou o senador.

 

O próprio parlamentar foi vítima dos militares. Em fevereiro de 1978, a gráfica da Escola Salesiana do Trabalho, no Pará, onde o parlamentar trabalhava, foi cercada por agentes da Polícia Federal que apreenderam a edição nº 5 do Jornal Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos. “Junto com os exemplares, fui levado às despensas da Polícia Federal onde permaneci por muito tempo, horas e horas sob toda sorte de constrangimento naquele período tão obscuro para nossa democracia”, disse.

 

Clamor da Amazônia

 

Paulo Rocha destacou também as lutas dos povos tradicionais contra a opressão que sofrem desde o período de colonização do País, em embates como a rebelião dos índios Tupinambá contra colonizadores, em 1619. Ele lembrou ainda tragédias que marcaram os que vivem na Amazônia, como os assassinatos do ambientalista Chico Mendes, em 1985, no Acre, e da missionária Dorothy Stang, em 2005, no Pará.

 

“Esses trágicos acontecimentos representam para todos nós a oportunidade de uma profunda reflexão sobre o futuro do nosso País, que tem a obrigação de ouvir o clamor dos que vivem na Amazônia, a fim de construirmos juntos um processo de inclusão com sustentabilidade social, econômica e ambiental”, disse o senador.

 

 

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