Paim está preocupado com “chama de ódio” que se alastra pelo PaísO senador Paulo Paim (PT-RS) disse, nesta segunda-feira (28), que está preocupado com a polarização política que divide o País entre favoráveis e contrários ao golpe contra o governo democraticamente eleito da presidenta Dilma Rousseff. Ele também propôs a convocação de uma Assembleia Temática exclusiva para debater a reforma política, eleitoral e partidária. Disse que ouviu apelos nesse sentido em suas andanças pelo Rio Grande do Sul e ficou interessado no assunto.
“Esse debate seria feito com participação dos eleitos pela sociedade, mas que não fossem parlamentares e, depois de concluído o trabalho desses constituintes, nós partiríamos, então, para a devida publicação, e esse parlamentares também não poderiam concorrer”, explicou. “E, a partir dali, sem querer diminuir mandato de ninguém, mediante uma grande conciliação, nós partiríamos, quem sabe em 2018, para eleições gerais em todos os níveis”, detalhou.
Paim conta que gostou da ideia, especialmente porque a reforma seria feita por um Parlamento especificamente eleito para esse fim. “Depois da Assembleia, teríamos um outro marco legal para eleger tanto o Legislativo quanto o Executivo”, disse, explicando que a proposta não surgiu de um grupo ou partido político “mas de homens e mulheres preocupados com a situação em que o Brasil chegou hoje”.
Contemporizador e adepto do diálogo, o senador gaúcho alertou para o perigo de que “a chama do ódio” se alastre entre as pessoas. “Isso não é bom”, enfatizou.
“Eu não gostaria que o discurso continuasse entre nós e eles, quem bate mais, quem agride mais, quem ofende mais”, destacou. Para Paim, o momento é de unir forças para ajudar o País a superar o momento difícil por que está passando.
Ele pediu cautela com informações e listas que estão sendo vazadas e divulgadas pela imprensa sem que se saiba de onde ou como surgiram. “Eu estou aqui desde a Constituinte e nunca tinha ouvido falar nessas listas”, disse, referindo-se aos nomes de políticos que constam em listagens encontradas pela Polícia Federal na construtora Odebrecht.
Embora tenha reforçado que seu nome não consta de qualquer delas, Paim disse que ter o nome entre os listados não é prova de qualquer delito ou irregularidade. “As pessoas não podem fazer prejulgamento – de forma antecipada! – porque ouviu falar ou porque saiu numa rede social ou num blogue, enfim, ou num jornal”, observou.
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