O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (27), mostra que o brasileiro tem muito pouco a comemorar no próximo Dia dos Trabalhador. O índice de desemprego no País subiu e chegou a 13,1% no trimestre compreendido entre janeiro e março deste ano, alcançando 13,7 milhões de brasileiros. Essa é a terceira alta consecutiva do índice.
A população desocupada (13,7 milhões) cresceu 11,2% em relação ao trimestre anterior (12,3 milhões). Já a população ocupada (90,6 milhões) caiu 1,7% em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2017, quando era de 92,1 milhões. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando havia 88,9 milhões de pessoas ocupadas, o crescimento foi de 1,8%.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,9 milhões) também apresentou queda de 1,2% frente ao trimestre anterior (outubro a dezembro de 2017), uma redução de 408 mil pessoas. Esse é o menor índice registrado desde o início da série, em 2012.
Outro índice que variou negativamente foi o montante de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada (10,7 milhões de pessoas) que apresentou redução de -402 mil pessoas em relação ao trimestre anterior.
Na avaliação do senador Paulo Paim (PT-RS), autor do Estatuto do Trabalho que será apresentado no próximo dia 10, os números mostram o equívoco das políticas do governo Temer para o desenvolvimento do País e a geração de empregos a partir de desregulamentação e precarização da legislação trabalhista.
“Isso é fruto das medidas adotadas pelo atual governo. O congelamento dos investimentos por 20 anos e a reforma trabalhista travaram o País. Nós sabíamos que essas medidas gerariam cada vez menos empregos. O desemprego aumentou, o PIB tende a diminuir, e, diminuindo a renda do trabalhador, ele não tem com o que comprar, e, consequentemente, quem produz não tem para quem vender. A solução está na revogação dessas medidas e a adoção de uma nova legislação trabalhista. Nós estamos vendo os reflexos das medidas equivocadas recaindo todas sobre o trabalhador”, lamentou o senador.
O senador Jorge Viana (PT-AC), na última quinta-feira (26), em plenário, apontou para o fato de que todas as medidas adotadas pelo atual governo têm dado errado e afetado profundamente a população do País.
“O número de miseráveis, de pobres no Brasil dobrou, o desemprego atinge 13 milhões de pessoas, o patrimônio brasileiro está sendo dilapidado por um governo que não passou nas urnas. Tudo o que foi feito até aqui em nome do combate à corrupção, em nome de buscar outro ambiente para a sociedade brasileira está dando errado”, criticou.